A
Gibiteca de Curitiba é muito mais que uma biblioteca de gibis. Instalada no
Centro Cultural Solar do Barão, residência de Ildefonso Pereira Correia, o
Barão do Serro Azul, ela tem charme e histórias que vão além dos quadrinhos.
No
casarão, é possível aprender a desenhar. Estão abertas até 4 de março as
inscrições para os cursos de Quadrinho Básico, Intermediário e Avançado,
Narrativa e Roteiro, Mangá, Desenho de Figura Humana, Pintura com Aquarela e
Cosplay.
Outra
possibilidade é consultar o acervo gigante da Gibiteca. Das 32 mil revistas,
quatro mil são raras. Lá é possível encontrar exemplares da Revista Gibi,
criada em 1920 e que originou os quadrinhos de hoje. Também entre as raridades
está o exemplar número 1 da Action Comics, revista de super-heróis criada em
1938.
Há
ainda revistas como a Tico-Tico, que surgiu em 1900, e a do Mandrake, que
nasceu do argumento de Lee Falk e do desenho de Phil Davis na década de 30, nas
tiras do New York American Journal.
Pato
Donald - A Gibiteca é uma viagem no tempo e traz boas lembranças, conta a
estudante de jornalismo Patrícia Gomes. “Quando eu era criança, minha mãe me
deu uma assinatura do gibi do Pato Donald. Adoro gibis e gosto muito daqui. É
um lugar interessante que vale a pena conhecer, pelo espaço físico e por
disponibilizar o acesso a qualquer pessoa”, diz Patrícia.
A
estudante aproveitou as férias escolares para levar a filha, Yasmin, de 8 anos,
para conhecer a Gibiteca. A menina é fã dos quadrinhos da Turma da Mônica
Jovem, do cartunista Maurício de Sousa. “Já li os números 1, 2 e 3. A Magali é
a minha personagem preferida”, diz Yasmin, estudante do CEI Pedro Dallabona, no
bairro Órleans. Ela conta que a escola também tem muitos gibis. “Sempre que eu
posso, eu leio um”.
Polo
cultural - A Gibiteca é comandada pelo quadrinista Fúlvio Pacheco, autor de 15
revistas, como a Bocas Malditas, que são lendas urbanas, e a Relatos Azuis, na
qual relata, por meio dos quadrinhos, a experiência vivida com o Murilo, seu
filho autista.
Fúlvio
começou a trabalhar na Gibiteca como estagiário da Faculdade de Artes do Paraná
(FAP). Depois, foi professor, durante 12 anos, dos cursos oferecidos pela
Gibiteca, até prestar concurso público e, finalmente, ser coordenador de um
espaço no qual se realiza. “É o polo cultural, educacional e social dos
quadrinhos em Curitiba. Um lugar para várias tribos. Aqui tudo acontece”, conta
ele.
Não
à toa. A Gibiteca tem espaço para exposições, oficinas e cursos e a Sala de
Exposições foi batizada com o nome de outro quadrinista bem conhecido dos
curitibanos, Nilson Mueller, o ilustrador das balas Zequinha. O palhaço foi
desenhado na década de 20 para embalar as balas produzidas pelos irmãos
Sobania.
No
desenho, Zequinha aparecia em atividades rotineiras. As figurinhas seguiam uma
numeração e quem completasse a coleção, incluindo a figurinha carimbada, poderia
trocá-la por brinquedos.
Matrículas
abertas - Toda essa magia está presente na Gibiteca, que ainda oferece cursos e
oficinas. Em março começam as aulas para os cursos de Quadrinho Básico,
Intermediário e Avançado, Narrativa e Roteiro, Mangá, Desenho de Figura Humana,
Pintura com Aquarela e Cosplay - Corte, Costura, Cabelo e Maquiagem.
A
idade mínima para participar dos cursos é dez anos. Cada curso tem a duração de
quatro meses e o custo é de R$ 50,00 por mês. As inscrições estão abertas e vão
até 4 de março. As matrículas serão realizadas no primeiro dia de aula.
Além
dos cursos, a Gibiteca oferece workshops de Anatomia com Modelo Vivo Cosplay.
Barão
do Serro Azul - A Gibiteca fica no Centro Cultural Solar do Barão, residência
de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. Ele recebeu este título da
Princesa Isabel por defender a causa abolicionista. Foi comerciante, produtor e
o maior exportador de erva mate da região. Foi presidente da Câmara Municipal e
deputado provincial, quando assumiu interinamente o governo da Província do
Paraná. Também fundou Associação Comercial do Paraná.
O
Barão do Serro Azul defendeu Curitiba durante a invasão dos maragatos, em 1893.
Após a negociação com os invasores, foi considerado traidor pelas tropas do presidente
Marechal Floriano. Morreu assassinado na Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá.
Em
dezembro de 2008, 114 anos após a sua morte, Ildefonso Correia foi incluído no
Livro de Aço dos Heróis Nacionais, do Panteão da Pátria Tancredo Neves.
Mais
informações: 3321-3250 ou gibitecadecuritiba@ff.curitiba.pr.gov.br.
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