O
Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe a exposição “Kirchgässner: Um Modernista Solitário”,
nesta terça-feira (21), às 19h, na sala 10. Com curadoria de Salvador Gnoato e
curadoria adjunta de Ellen Obladen Piragine, a mostra contará com obras ainda
desconhecidas do arquiteto que antecipou o modernismo no Brasil, Frederico
Kirchgässner (1899-1988).
Juliana
Vosnika, diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, ressalta: “Nesta
exposição o público terá a oportunidade de conhecer mais profundamente o legado
de Kirchgässner, fundamental para a história da cidade, referência até hoje com
seus projetos e obras”.
“Kirchgässner
é um dos mais importantes nomes da nossa arquitetura. Ele esteve à frente do
seu tempo, e poder resgatar esse trabalho e apresentar num dos museus mais
importantes do mundo é um privilégio. O Museu Oscar Niemeyer mais uma vez
cumpre o objetivo de aproximar a comunidade de um nome de grande importância da
nossa cultura, de relevância para a nossa história”, comentou o secretário de
Estado da Cultura, João Luiz Fiani.
Kirchgässner
nasceu na Alemanha em 1899, vindo para o Brasil pouco tempo depois em 1909.
Instalado em Curitiba, o alemão estudou Artes Plásticas e Arquitetura por
correspondência na Architectktur System Karnack-Hachfeld de Potsdam e na
Deutche Kunstschule de Berlim. No final da década de 1920, foi para Berlim
fazer provas e tirar seu diploma. Lá conheceu Hilda (1902-1999), sua prima, com
quem já trocava cartas. Apaixonaram-se, casaram-se e vieram para o Brasil.
Aqui,
o arquiteto projetou a casa em que moraria com Hilda, no ano de 1930. Na Rua
Jaime Reis, no centro da capital paranaense, a casa de Kirchgässner surpreendeu
com a estética modernista que só seria difundida no país nas décadas de 1950 e
1960. A edificação com laje ao invés de telhado, com pórticos no terraço
emoldurando a paisagem, seguia a tendência modernista já reconhecida na Europa
e Estados Unidos, com Le Corbusier, Ludwig Mies van der Rohe, Alvar Aalto e
Frank Lloyd Wright. Em Curitiba, o usual eram as casas com grandes telhados
inclinados, herança da colonização europeia.
Para
combinar com a vanguarda da casa, Kirchgässner desenhou e produziu móveis de
design inovador, criando um mobiliário notável. O arquiteto projetou também a
casa de seu irmão, Bernardo Kirchgässner, e um pequeno edifício de
apartamentos.
“Inserido
na formação multicultural de Curitiba, Kirchgässner executou as primeiras casas
modernistas da cidade dentro do espírito das vanguardas da Alemanha dos anos
1920”, pontua Salvador Gnoato, curador da mostra.
Kirchgässner
trabalhou como topógrafo da Prefeitura de Curitiba. Em 1929, desenhou a Planta
de Curytiba, com nanquim sobre tecido, e uma série de desenhos da paisagem da
cidade. Além da arquitetura, dedicou-se à pintura, e este seu lado artístico
também é exposto na mostra.
A
exposição é composta também por obras de Hilda Kirchgässner, que também era
artista visual e se dedicava principalmente às aquarelas. Em 1941, Hilda teve
seu trabalho reconhecido no I Salão Paranaense de Belas Artes.
“Kirchgässner:
Um Modernista Solitário” conta com o patrocínio do Banco do Brasil e ficará em
cartaz até o dia 4 de junho no Museu Oscar Niemeyer. A entrada custa R$ 12,00 e
R$ 6,00 (meia), com visitação de terça a domingo, das 10h às 18h. Mais
informações: 3350-4400 ou www.museuoscarniemeyer.org.br.
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