O
Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe no dia 16 de março, quinta, às 19h, a mostra
“Matéria Escura”, de Manoel Veiga, artista recifense radicado em São Paulo. Com
curadoria de Galciani Neves, professora e pesquisadora no campo das artes
visuais, a exposição reúne um conjunto de 33 imagens que tem como ponto de partida
as pinturas de Caravaggio (1571-1610), grande referência para o artista.
“Os
visitantes do Museu Oscar Niemeyer podem apreciar a precisão e a sutileza
presentes na obra de Manoel Veiga e conhecer mais profundamente o trabalho do
artista”, afirma Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON.
A
exposição é composta de fotografias impressas em tela da série mais recente de
Manoel Veiga, que revisita as pinturas do mestre italiano – ao eliminar as
cores e apagar tudo – menos os tecidos, como roupas e cortinas, com os quais
Caravaggio construía suas cenas. O trabalho começou há seis anos pela obsessão
de Veiga por essas obras-primas e que de várias maneiras se conectavam com sua
produção recente.
O
título “Matéria Escura” refere-se a um novo tipo de matéria que não interage
com a luz e que representa cerca de 80% do universo. Sua discretíssima presença
é inferida pelo efeito gravitacional causado por essa matéria invisível sobre a
matéria percebida pelos vários equipamentos de captação, radiotelescópios, etc.
“Transpondo esse raciocínio para as imagens que compõem a série em questão, o
análogo da matéria escura seriam os corpos, arquiteturas, etc, que são
inferidos parcialmente pela curvatura dos tecidos”, explica Veiga.
A
curadora Galciani Neves discorre sobre a mostra: “o interesse de Manoel Veiga
está no desenho de espaço de Caravaggio e em como o pintor italiano arquitetava
a dramaticidade de suas cenas. Para Veiga, há um ‘onde’ há ser re-evidenciado
como vazio. E é com este sentido contraditório de ausência que o artista traduz
Caravaggio, simulando outra profundidade, outros intervalos de espaço, outras
fronteiras entre personagens e entre espaço e personagens”, conclui.
Para
o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani, a exposição é instigante.
“Manoel Veiga é um artista que tem se revelado um dos mais criativos do Brasil.
Sua pintura é forte, contundente, e essa característica marcante está
perfeitamente alinhada ao novo momento curatorial do Museu Oscar Niemeyer”.
A
mostra fica em cartaz no MON até 11 de junho de 2017. A visitação pode ser
feita de terça a domingo, das 10h às 18h, e os ingressos custam R$ 12,00 e R$ 6,00
(meia-entrada).
Manoel
Veiga - Formado em Engenharia Eletrônica pela UFPE (1989), foi bolsista do
Departamento de Física por três anos. Trabalhou em fábrica até dedicar-se às
Artes Visuais (1994). Frequentou a Escolinha de Arte do Recife (1994-1995) e
trabalhou sob a orientação de Gil Vicente (1995-1997). Estudou na Escola
Nacional Superior de Belas-Artes e na Escola do Louvre em Paris, na França
(1997). Participou de workshop em Nova York (1998). Em São Paulo, estudou
História da Arte com Rodrigo Naves (1999), Leon Kossovitch (2000-2001) e
desenvolveu estudos teóricos com Carlos Fajardo (1999-2002) e com Nuno Ramos
(2000). Tem participado de exposições no Brasil e exterior, com obras em
acervos de vários museus brasileiros.
Mais
informações: 3350-4400 ou www.museuoscarniemeyer.org.br.
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