O
Museu da Fotografia Cidade de Curitiba está recebendo a nova exposição do
fotógrafo brasileiro radicado na Suíça Gabriel Bonfim. A mostra destaca a
questão da mulher e o seu lugar no mundo.
A
mostra recebeu o título “M”, como referência à mulher e, também, a Maria, nome
feminino mais popular na América do Sul, apresentando mulheres marginalizadas e
que lutam para reconquistar seu espaço na sociedade, como Maria da Penha, a
atriz anã Juliana Caldas, entre outras.
Em
duas salas do Museu da Fotografia, no Solar do Barão, a exposição conta com
fotografias em cores das mulheres apresentadas neste trabalho, além de uma
videoinstalação em 11 telas e uma série de 12 imagens da coleção Portraits do
acervo de arte de Gabriel Bonfim, com retratos feitos por ele em vários lugares
do mundo.
A
exposição tem como slogan “Meu Lugar na Sociedade”, e nela Gabriel Bonfim
retrata cenas aparentemente comuns na vida de mulheres brasileiras. No registro
da transexual na escadaria Selarón, no Rio de Janeiro, ou da Ialorixá na igreja
da Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador, as imagens descortinam
histórias que vão levar o espectador a perceber algumas das dificuldades
enfrentadas por essas mulheres.
Curitiba
é a primeira cidade a inaugurar a exposição, que também será apresentada em São
Paulo (em 8/3) e no Rio de Janeiro (14/3). “É uma cidade importante no âmbito
nacional. Além de uma referência no campo da fotografia, verifiquei que há uma
grande quantidade de grupos e instituições que lutam pelos direitos das
mulheres na capital paranaense”, observa Gabriel Bonfim. Curitiba será a cidade
em que “M” permanecerá por mais tempo em cartaz, até dia 10 de junho, podendo
ser visitada de terça a sexta das 9h às 12h e das 14h às 18h, e no sábado e
domingo das 12h às 18h. A entrada é gratuita.
“Busquei
resgatar a história de luta de cada uma das minhas convidadas a partir de onde
as fotografei. É como se ao retratá-las ali – nos mais belos e importantes
locais no centro dessa sociedade – pudéssemos ressignificar aquele espaço e,
assim, como protagonistas de suas próprias histórias, elas retomariam o seu
lugar na sociedade que as marginalizou. Meu trabalho tem como objetivo trazer
um pouco desse incômodo para que toque as pessoas e as leve a pensar”, declara
Gabriel Bonfim.
O
projeto desta exposição surgiu em 2013, em meio à sessão de fotos de Melissa,
cuja história de luta por aceitação fez o fotógrafo iniciar uma pesquisa por
nomes para compor a série. “Contrastar a beleza do lugar e a dor daquela
história me fez querer retratar tantas outras mulheres e suas lutas
cotidianas”, conta o fotógrafo.
As
fotografias de “M”, que tem curadoria de Thomas Kurer, guardam ainda uma
interação entre si, narrando um enredo bem típico da mulher brasileira. A
partir da observação das histórias ambientadas nos mais diversos estados do
país, as imagens convidam o visitante a uma reflexão sobre a forma de como
tratamos as mulheres no geral e, em particular, sobre a luta de cada uma para
ocupar o seu lugar na sociedade.
Em
breve, Gabriel Bonfim vai inaugurar mais uma exposição em Curitiba, “De
Fotografia à Tactography™”, especialmente criada para deficientes visuais,
trazendo fotografias impressas em uma técnica de impressão 3D em alto relevo
patenteada pelo fotógrafo.
Sobre
o artista - Gabriel Bonfim nasceu em São Paulo em 1990. Desde cedo desenvolveu
uma grande afeição pela arte. Depois de dedicar três anos à faculdade de
Direito e de trabalhar em um escritório de advocacia, decidiu dedicar-se
permanentemente à fotografia. Como fotógrafo de moda, desenvolveu sua
habilidade profissional e técnica. Depois de anos de aprendizado e viagens pela
Holanda, Alemanha e Bélgica, mudou-se para a Suíça, onde conheceu Thomas Kurer
atualmente gerente de seu acervo. “Gabriel Bonfim tem um olhar excepcional para
o ser humano e seu ambiente. Esse talento é o que o eleva de um fotógrafo de
alta performance de pessoas para um fotógrafo de arte”, afirma Kurer.
Em
2016, teve a sua primeira exposição individual De Fotografia à Tactography™ – para
os olhos e para os dedos – no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, onde uniu
seu olhar único à tecnologia Tactography™, que escaneia o objeto fotografado e
mapeia as proporções e profundidade para criação de peças em 3D. Graças à
Tactography™, a fotografia transforma-se em imagem para os deficientes visuais,
e, ao pintá-la de branco, transforma-se em arte para os não deficientes. Em dez
dias, a exposição atraiu um público de 2.1 mil pessoas.
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