O que é música antiga? Teoricamente, um disco
lançado na semana passada atende a este conceito. Mas durante a 36ª edição da
Oficina de Música de Curitiba, que acontece entre os dias 16 a 27 de janeiro, o
termo é exemplificado de forma didática, e em claro e bom som, nos 11 cursos e
seis concertos dedicados ao gênero.
“É uma música historicamente informada, que
preza pela veracidade da execução, com instrumentos de época e partituras
fidedignas”, explica o violinista Rodolfo Richter, diretor artístico da área de
música antiga da Oficina. Em termos históricos, o gênero compreende a música
produzida a partir do século XVI, com ênfase nos períodos barroco,
renascentista e clássico – a música erudita é designada como tal a partir do
século XIX.
Com instrumentos de época e repertório intocado
pelo tempo, os concertos se tornam eventos únicos, e quase sempre memoráveis.
“Pense numa pintura de 200 anos atrás. É como se a música antiga retirasse toda
a poeira e sujeira acumuladas e lhe devolvesse as cores originais”, compara
Richter.
E como acontece com as oficinas de música
erudita, a procura pelos cursos de música antiga segue numa crescente, ano a
ano. Alunos de diversos estados do Brasil e de outros países demonstram
interesse pela área. Um dos motivos é que, nestes moldes, a Oficina de Música
de Curitiba é a única do país a oferecer este tipo de imersão específica, com
professores e instrumentistas renomados.
“O interesse existe também porque não tratamos
somente da questão técnica do instrumento. É uma aula de história, com rica
contextualização, o que expande o universo musical do aluno e proporciona certa
libertação”, diz Richter.
Janete Andrade, diretora da Oficina de Música
de Curitiba, reforça a ligação da cidade com o gênero. “A música antiga está
presente desde a primeira edição da Oficina, e diversos grupos, como a Camerata
Antiqua de Curitiba, tem neste tipo de música suas origens”.
IMPERDÍVEIS - Depois de todas essas
credenciais, Rodolfo Richter cita alguns concertos imperdíveis durante a
programação da 36ª Oficina de Música. “Diria todos, mas sugiro não deixar de
fora da agenda o raro recital de órgão do britânico James Johnstone, na Igreja
Bom Jesus (domingo, 20, às 12h30); a execução de obras de Biber, Haydn, Webern
e Berg com instrumentos de época na Capela Santa Maria (domingo, 20, às 20h); e
o recital do contratenor britânico Michael Chance, uma das estrelas do canto
barroco na Capela Santa Maria (segunda-feira, 21, às 20h)”.
A programação completa da Oficina de Música de
Curitiba está aqui.
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