Com uma nova expografia, identidade visual e
proposta curatorial, o Museu Casa Alfredo Andersen, reaberto no início de dezembro
após um período de revitalização, apresenta sua exposição inaugural “Alfredo
Andersen: in situ/ em trânsito”.
O título da mostra faz referência à polaridade
vivida pelo artista, ao ser estrangeiro e mudar-se para o Brasil. Com curadoria
do crítico Adolfo Montejo Navas e da artista Eliane Prolik, a mostra inaugural
que reabre o Museu busca estreitar a relação do público para com a obra de
Andersen. “In situ dirige-se a essa localização geográfica-espiritual, da
exploração de novas raízes no solo brasileiro, do descobrimento de uma paisagem
que também é humana. Já em trânsito aponta uma matriz de movimento que reitera
sua condição estrangeira, numa permanente situação cultural de passagem, com
dupla vida norueguesa e brasileira em alterância de raízes, êxodo, distância e
tempo”, explicam os curadores.
Em outra instância, o título remete ao destino
do acervo expositivo do museu em seu percurso de via dupla: ‘in situ’ é a
representação mais fixa, escolhida do acervo institucional disposta no andar
térreo (onde ficava a antiga moradia), e o ‘em trânsito’ (fora do museu)
trata-se dos trabalhos que só poderão ser vistos em períodos determinados, no
andar superior (onde ficava o ateliê). Ainda de acordo com Prolik e Navas, essa
exposição procura redimensionar a obra de Andersen através de um novo olhar
crítico, que elabore sua significação artística como pintor pioneiro no Brasil
a ser analisado na história geral da visualidade.
A mostra apresenta um conjunto de 33 pinturas à
óleo, 32 desenhos, além de fotografias, documentos e objetos da escola-ateliê
do artista. Obras do acervo estão expostas com as de outras instituições e de
exemplares de coleções particulares, raramente vistas pelo público.
Uma equipe de conservadores integrou o projeto
na preparação e restauro de 16 obras, entre as quais destaca-se o desenho com o
estudo desenvolvido por Andersen para o emblema do Paraná e a pintura “Vista do
Alto da Glória”.
A remodelação do Museu leva a assinatura da
equipe da Ato1Lab, coordenada por Biba Bettega e Richard Romanini, que além dos
curadores Adolfo Montejo Navas e Eliane Prolik, convidou Rafaela Tasca para
compor a equipe de implantação do novo conceito.
A exposição “Alfredo Andersen: in situ/ em
trânsito” segue a nova proposta do museu com percurso expositivo bilíngue,
acesso a informações adicionais via QR code e um programa para deficientes
visuais e pessoas de baixa visão que contempla a acessibilidade a três obras do
acervo.
O projeto contou com investimentos da Renault
do Brasil por meio do programa Paraná Competitivo, além de recursos doados pela
Sociedade Amigos de Alfredo Andersen – entidade autônoma que deu origem ao
Museu, atualmente presidida pelo bisneto do pintor, Wilson José Andersen
Ballão.
O Museu Casa Alfredo Andersen funciona com
entrada gratuita de terça a sexta-feira das 9h às 18h e sábados, domingos e
feriados das 10h às 16h. A construção centenária, localizada na Rua Mateus Leme
nº 336, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1971,
tornando-se uma instituição administrada pelo poder público estadual, vinculada
à Coordenação do Sistema Estadual de Museus (Cosem) da Secretaria de Estado da
Cultura do Paraná.
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