O público curitibano terá a oportunidade de
assistir, nesta quinta-feira (24), um dos maiores músicos de jazz do mundo. O
violinista francês Nicolas Krassik, que se apresentará no Teatro do Paiol, às
19h, promete um show vibrante para ouvir e também dançar, pois além de jazz tem
choro, forró e samba.
Krassik já era um músico e tanto quando veio ao
Brasil pela primeira vez, em 2001. Passou o carnaval no Rio de Janeiro, e se
deixou levar para sempre pelos ziriguiduns, choros e sambas que ouviu no bairro
boêmio da Lapa.
Instrumentista formado pelo Conservatório de
Nacional de Música da França e aluno egresso de uma das melhores escolas de
jazz do país, Nicolas Krassik, 49 anos, é um dos professores debutantes da 36ª
Oficina de Música de Curitiba, que segue até domingo (27).
“Já era apaixonado pela música brasileira que
ouvia na França. A melhor coisa que fiz foi conhecer a Lapa e todo seu forte
movimento instrumental”, diz Krassik, com sotaque carioca de fazer inveja à
Garota de Ipanema.
Não demorou para o francês se inserir na cena
do choro e do jazz urbano carioca, na companhia privilegiada de Yamandú Costa,
Henrique Cazes, Eduardo Neves e Carlos Malta. “Quando vi, estava dando canja ao
lado destes bambas”, lembra.
Nicolas Krassik radicou-se no Brasil ainda em
2001, e hoje mora em São Paulo. Desde então, já tocou e gravou com Beth
Carvalho, Marisa Monte e João Bosco. Para homenagear a turma que lhe abriu as
portas, lançou em 2004 o disco “Na Lapa”, com obras de Pixinguinha, Jacob do
Bandolim, Dominguinhos, Gilberto Gil e Luiz Gonzaga.
Em 2009, seu disco “Odilê, Odilá”, em que
interpreta obras de João Bosco com arranjos do pianista e acordeonista Marcelo
Caldi, foi incluído na relação de os melhores discos do ano, do jornal “O
Globo”. Atualmente a música nordestina é seu mais novo interesse. Krassik criou
o projeto “Cordestino”, em que se dedica ao forró e ao baião, sempre com o
violino em destaque.
ENRIQUECEDOR - Participar da Oficina de Música,
mesmo para um músico de currículo indiscutível, é uma oportunidade
enriquecedora. “Serão duas semanas de encontros intensos, de trocas musicais
com professores e alunos. Estou muito feliz por isso, e por saber que minha
oficina está com as inscrições esgotadas”, diz o músico, que mesmo carregando a
tradição francesa dos violinistas de jazz, irá ministrar o curso de Cordas
Populares (violino, viola e violoncelo), reforçando o caráter eclético da
Oficina de Música de Curitiba.
Com sólida formação erudita num continente
historicamente musical como a Europa, Nicolas Krassik destaca a relevância e o
ineditismo da Oficina de Música de Curitiba. “Por lá existem cursos e oficinas
no meio erudito, geralmente no verão. Mas não assim, abrangente e musicalmente
democrático”.
A programação da 36ª Oficina de Música de
Curitiba continua até domingo (27) com muita música pela cidade. Os eventos
podem ser consultados diretamente no site www.oficinademusica.org.br.
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