Nunca se publicou tantos livros no Brasil
como no atual momento. Mas os leitores se multiplicaram com a mesma
intensidade? Com o mote “Cadê o leitor?”, o Sesc Paraná deu início nesta
segunda-feira (16), à 32ª edição da sua Semana Literária, que segue até 21 de
setembro simultaneamente em 21 cidades do Estado. O evento presta homenagem
ao escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012), e terá como
patrono o escritor catarinense, que passou grande parte de sua vida em
Curitiba, Manoel Carlos Karam (1947-2007).
Este ano, a Biblioteca Pública do
Paraná (BPP) estará presente no evento de Curitiba com um estande próprio, onde
acontecem bate-papos com autores infanto-juvenis, edições especiais da “Hora do
Conto” - contação de histórias promovida diariamente pela Seção Infantil da
Biblioteca - e duas oficinas de mediadores de leitura, coordenadas pelos
escritores e pesquisadores Assionara Souza e Cleber Fabiano da Silva.
Pelo segundo ano consecutivo, a Semana
Literária do Sesc acontece em parceria com a Feira do Livro da Universidade Federal
do Paraná (UFPR), ocupando a Praça Santos Andrade - nesta edição o espaço
aumentou, chegando à metade da praça.
Segundo o diretor da Biblioteca
Pública, Rogério Pereira, a parceria com o Sesc durante a Semana Literária é
mais uma ação que visa levar a leitura para um público cada vez mais amplo. “É
preocupação constante da BPP fortalecer ações que trabalham com a formação de
leitores. Esse tipo de parceria acontece também com prefeituras e secretarias
da cultura em vários municípios paranaenses”, afirma Pereira.
Em busca do leitor - A conversa com os
escritores infanto-juvenis no estande da BPP irá reunir nomes como Ilan Brenman,
Flávio de Souza, Almir Correia, Liana Leão, Marilza Conceição, Adriana Sydor,
César Obeid, Alexandre Santana e Fábio Yabu, que vão falar sobre suas obras e
trajetórias como leitores durante meia hora, em dois horários ao longo do dia
(leia box).
Ao arriscar uma resposta para a
pergunta-tema da Semana, Flávio de Souza acredita que as pessoas não pararam de
ler literatura, mas que estão lendo coisas diferentes hoje. “Acho que o leitor
está em lugares onde existam computadores conectados à internet, navegando, se
informando, se comunicando, jogando e... lendo. Para realizar todas essas
atividades, a pessoa precisa ler e escrever”, afirma Souza, que também é
dramaturgo e já foi roteirista de programas infantis como “Castelo Rá-Tim-Bum”
e “Mundo da lua”, e hoje trabalha como redator final do “TV Xuxa”. Segundo o
escritor, o desafio agora é “lincar tudo isso ao mundo dos livros”, diz ele.
A escritora Liana Leão (foto), que também é
professora do curso de Letras da UFPR, considera o atual momento da literatura
feita para crianças e jovens “muito rico”. “Hoje grandes poetas, como Ferreira
Gullar, se voltam para a literatura infanto-juvenil. O nosso Paulo Venturelli
acaba de receber um prêmio importante da FNLIJ pelo seu livro Visita à baleia.
Vale também a lembrança de que temos uma escritora como Ana Maria Machado, que
já escreveu várias obras para o público infantil, à frente da ABL”, destaca Liana,
que tem mais de 15 livros publicados, entre eles A caixinha de narizes e
Julieta de bicicleta.
Programação principal - A palestra de
abertura da 32ª Semana Literária ficará por conta do escritor Affonso Romano de
Sant'Anna, que, na noite desta segunda-feira, vai sugerir respostas para a
pergunta que é tema do evento - “Cadê o leitor?”. No dia 17, Elvira Vigna e
Vilma Arêas debatem a potência social da ficção, enquanto os jornalistas e
escritores Luís Henrique Pellanda e Xico Sá conversam sobre a aceitação, por
parte dos leitores, da crônica como gênero literário. Os críticos Marcelo
Coelho e Lourival Holanda discutem as leituras de não-ficção em mesa do dia 18,
que traz também um seminário sobre o desafio de construir leitores, com a
participação de Lucia Cherem, Maria Antonieta Cunha e Ronaldo Correia de Brito.
A literatura infanto-juvenil marca
presença novamente na mesa dos premiados autores Ricardo Ramos e Marina
Colasanti, no dia 19. Já os escritores Marcelo Backes e José Roberto Torero
falam sobre a relação entre literatura e futebol. No dia 20, o patrono desta
edição da Semana Literária, Manoel Carlos Karam, é lembrado em fala do escritor
e poeta Marcelino Freire - que também ministra oficina de narrativas breves
durante a semana. Os editores André Conti, da Companhia das Letras, e Heloísa
Jahn, da Cosac Naify, debatem o atual mercado editorial brasileiro em expansão
na noite do dia 20. Fechando a programação, no dia seguinte, os quadrinistas
Fábio Moon e Rafael Coutinho batem um papo sobre esse novo gênero como porta de
entrada para a leitura.
Programação BPP
Hora do Conto – 11h e 15h30
17/09 Mistério
na biblioteca (Sandra Aymone)
18/09 O
duelo das fadas (Patrícia Engel Secco)
19/09 O
porquinho cor-de-rosa (Marcin Brykczynski)
20/09 O
sapo que virou príncipe (Jon Scieszka)
21/09 Quem
tem medo de bruxa? (Fanny Joly)
Oficina de mediadores de leitura – 14h
às 17h
17/09 Assionara
Medeiros de Souza
18/09 Cleber
Fabiano da Silva
Bate-papos com escritores
infanto-juvenis – Manhã 9h e 10h | Tarde 14h, 15h e 16h
17/09 Adriana
Sydor (manhã)
Cesar Obeid (tarde)
18/09 Almir
Correia (manhã)
Fábio Yabu (tarde)
19/09 Marilza
Conceição (manhã)
Ilan Brenman (tarde)
20/09 Liana
Leão (manhã)
Alexandre Santana (tarde)
21/09 Flávio
de Souza (manhã)
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