A Caixa Cultural Curitiba apresenta, na
próxima terça-feira (17), às 20h, pela Série Solo Música, o músico Juan Manuel
Quintana tocando viola da gamba. No palco, o músico apresentará o recital
denominado, por ele mesmo, “Espírito da Gamba – Uma pequena antologia da música
para viola da gamba solo”, no qual faz um histórico da literatura para o
instrumento, tocando obras de quatro compositores fundamentais: Tobias Hume
(1569-1645), Karl Friedrich Abel (1723-1787), Jean de Sainte Colombe
(1640-1700) e Marin Marais (1656-1728). “É um privilégio ter Juan Manuel
Quintana na Série, ele que é referência no instrumento e um solista
maravilhoso”, destaca o produtor Alvaro Collaço.
A vida de Colombe sempre permaneceu envolta
de mistério, em razão da sua modéstia e visão espiritual da música. Foi
professor de Jean Rosseau e Marin Marais, este compositor importante do período
Barroco, e que seria designado gambista solo da corte de Luis XIV, o Rei Sol. A
relação entre Colombe e Marais foi romanceada pelo escritor Pascal Quinard, em
seu livro “Todas as Manhãs do Mundo”, que gerou filme homônimo de Alain
Corneau, com grande sucesso na década de 1990. Como o livro, o filme é pura
ficção, mas considerado um dos principais filmes já feitos sobre música.
Viola da gamba - Antecessora direta do
violoncelo, a viola da gamba foi desenvolvida no século XV, e teve seu apogeu
nos períodos da Renascença e Barroco. O instrumento era popular na Inglaterra,
do período elisabetano, e na França era o instrumento favorito de Luiz XIV. É
instrumento utilizado mais em música de câmara, sobretudo como baixo-contínuo,
embora compositores importantes tenham se dedicado a escrever para solos. Em
função disso, recitais de viola da gamba a solo são raros e desafiantes para os
instrumentistas.
O solista - Juan Manuel Quintana nasceu
em Buenos Aires ,
em 1972. Realizou seus estudos de viola da gamba com Ricardo Massun e, em 1991,
na Suíça, ingressou na classe de Arianne Maurette, no Centro de Música Antiga
de Genebra. A partir de 1992, estudou viola da gamba com Paolo Pandolfo, na
Schola Cantorum Basiliensis, aprofundando ao mesmo tempo os seus conhecimentos
de teoria musical e musicologia. Completou os seus estudos no Conservatório de
Paris, sob a orientação de Christophe Coin.
Nomeado “Lauréat Juventus”, em 1995
(com o patrocínio do Conselho da Europa e do Instituto Calude Nicolas Ledoux),
Quintana iniciou então colaborações regulares com René Jacobs, Marc Minkowski e
Jordi savall. Como solista e como membro de vários grupos de música antiga,
realizou várias gravações. Apresentou-se, como solista, em Paris (Théâtre de la Ville , Auditório do Louvre,
Théâatre des Abbesses), Dijon, Besançon, la Roque d’Anthéron, Nantes (Les Folles Journées),
bem como na Suíça, em Itália, na Alemanha e nos Estados Unidos.
Desde 1999 realiza para Harmonia Mundi
France diversas gravações, recebendo distinções da crítica especializada
internacional. Entre 1999 e 2005 foi assistente de Marc Minkowski nas óperas de
Paris, Aix en Provence, Viena e Zurique. Dirigiu numerosos projetos na
Argentina e no exterior incluindo as tres óperas de Monteverdi, assim como
“Agrippina” e “Rodelinda” de Haendel.Em 2009 ganhou o Prêmio Konex de Prata da
Cidade de Buenos Aires.
Juan Quintana tem atuado com
regularidade, no Brasil, na Oficina de Música de Curitiba, no Festival de
Música Barroca de Alcântara, na Semana de Música Antiga da UFFMG, como regente
da Camerata Antiqua de Curitiba, e atuando com os músicos Guilherme de Camargo,
Marília Vargas, Paulo Mestre, Rodolfo Richter e Silvana Scarinci.
A apresentação de Juan Quintana tem
ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia, conforme legislação e correntista Caixa).
Informações: 2118-5111. O espetáculo é recomendado para maiores de 10 anos.
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