Com mais de 50 anos de carreira,
personagens marcantes como o detetive Spirit, e ideias que revolucionaram a
forma de contar histórias em quadrinhos, Will Eisner foi um pioneiro que alçou
as HQs ao status de “nona arte”. Não é à toa que a principal premiação
internacional para esse tipo de publicação leve seu nome, o Eisner Award. Agora
chega às livrarias a biografia “Will Eisner: um sonhador nos quadrinhos” (Globo
Livros, 424 págs, R$ 59,90), escrita por Michael Schumacher, traça a longa
trajetória de vida, arte e trabalho desse cartunista que fez das ruas de sua
Nova York um rebuscado mundo de paixões, frustrações, alegrias, medos e
experiências.
O norte-americano Michael Schumacher é
especialista em biografias e tem mais de dez livros publicados. Entre eles, as
bios de Allen Ginsberg, Eric Clapton, Phil Ochs, George Mikan e Francis Ford
Coppola.
“Will Eisner: um sonhador nos
quadrinhos” também trata de um dos períodos menos conhecidos da carreira do
artista, os vinte anos que desenhou e editou manuais educativos para o
Exército. Isso se deu com o fim das histórias do Spirit, em 1952. Eisner ainda
acreditava no potencial artístico e educativo das HQs, mas setores
conservadores da sociedade americana colocavam na conta dos quadrinhos uma má
influência sobre a juventude e criaram uma rígida censura contra ela em nome da
“moral e dos bons costumes”.
Eisner aprendeu muito sobre a própria
arte e foi maturando dentro de si uma segunda revolução que faria nos anos
1970. Em 1978, após dois anos de trabalho intenso e silencioso (todos achavam
que tinha se aposentado), publicou Um contrato com Deus e cunhou o termo
“graphic novel” (novela gráfica), um conceito novo de história em quadrinhos
para adultos que seria adotado por todas as gerações futuras.
Como disse Stan Lee, presidente emérito
da Marvel Comics e admirador de Eisner, “não somente um artista e um desenhista
fantástico, mas também um contador de histórias brilhante, Will Eisner ajudou a
transformar a imagem do outrora modesto livro em quadrinhos no atualmente tão
respeitado meio da arte sequencial”.
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