Histórias trágicas causadas por
acidentes de trânsito e ao mesmo tempo a luta das famílias pela paz no trânsito
foram a inspiração para a instalação, no Parque da Barreirinha, em Curitiba, do
Bosque da Vida. O espaço, que lembra as vítimas fatais do trânsito da capital,
foi viabilizado pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado nesta sexta-feira (22)
pelo prefeito Gustavo Fruet.
Em 2009, Dirce Purkott perdeu o filho
Luiz Vinicius, de 19 anos, em um acidente de trânsito na Linha Verde. Outra
tragédia nas ruas de Curitiba tirou de Terezinha Nacari Gomes Angelino a filha
Stefanie, de 19 anos, que estava grávida de 8 meses de Heloise Vitória, que
também não sobreviveu ao acidente. Em 2012, a capital paranaense teve 263
mortes em acidentes de trânsito. A dolorosa experiência de também perder um
filho em uma trágica colisão de carros levaram Christiane Yared a criar o
Instituto Paz no Trânsito e a idealizar o Bosque da Vida.
“Com o Bosque da Vida reafirmamos o
compromisso com a valorização da vida e a paz no trânsito em Curitiba. Temos
que garantir o espaço do pedestre, do ciclista, da pessoa com deficiência, para
que tenhamos uma convivência pacífica entre todos os que usam as áreas públicas
da cidade. Devemos ter uma relação mais civilizada, para que as pessoas passem
a compartilhar o espaço público de forma mais coletiva”, afirmou Fruet, em
cerimônia especial no Bosque da Vida.
A criação do espaço foi organizada por
representantes do projeto Vida no Trânsito - das secretarias municipais de
Trânsito e de Saúde - e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Durante o evento, o prefeito e
familiares das vítimas fizeram no bosque o plantio de mudas de araucária e de
árvores frutíferas. Houve uma apresentação do coral de alunos do CMEI
Expedicionário e crianças das escolas municipais Marumbi e Paulo Freire, de
Curitiba, e Maria do Carmo Martins, de Colombo, entregaram mensagens de
conforto às famílias que perderam entes queridos em acidentes de trânsito.
“O Bosque da Vida é uma bonita forma de
homenagear nossos filhos e ajudar as mães a enfrentarem suas perdas. Plantando
uma árvore neste bosque, estou plantando um pouco do meu filho. É uma lembrança
que sempre teremos de nossos entes queridos”, lembrou Dirce Purkott.
“Ainda busco entender a perda da minha
filha. Não podemos sozinhos mudar o mundo, mas esse bosque pode ser uma
lembrança para que tragédias no trânsito não aconteçam mais”, disse Terezinha
Angelino.
Para Christiane Yared, o local será um
marco, mostrando que Curitiba é uma cidade comprometida com a vida.
“Acreditamos que a mudança de comportamento começa em cada um de nós. Não
podemos trazer nossos filhos de volta, mas podemos lutar por aqueles que ainda
vivem, por todas as crianças que no futuro também vão estar dirigindo no
trânsito”, revelou.
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