(Reuters) - A obra "Três Estudos
de Lucian Freud", de Francis Bacon, se tornou a obra de arte mais cara da
história ao ser arrematada por 142,4 milhões de dólares na terça-feira na casa
de leilões Christie's, em
Nova York.
A venda foi parte de um dos maiores
leilões de arte já realizados, com o qual a Christie's obteve mais de 691
milhões de dólares.
O tríptico de 1969, que nunca havia
sido levado a leilão e tinha um valor previamente estimado em cerca de 85
milhões de dólares, superou facilmente os 119,9 milhões de dólares pagos em
maio do ano passado por "O Grito", de Edvard Munch, num leilão da
Sotheby's.
Ao todo, a Christie's esperava
arrecadar entre 480 e 670 milhões de dólares com a venda de 69 obras de arte do
pós-guerra e contemporâneas. Acabou conseguindo 691.583.000, incluindo as
comissões, no mais lucrativo leilão da história. O recorde anterior para esse
tipo de evento era da venda de arte contemporânea feita em maio pela própria Christie's,
com um valor total de 495 milhões de dólares.
Outro recorde significativo no leilão
foi o de maior preço já pago pela obra de um artista vivo, a escultura
"Balloon Dog (Orange)", de Jeff Koons, vendida por 58,4 milhões de
dólares. O recorde anterior, de maio, era da obra "Praça da Catedral,
Milão", de Gerhard Richter, vendida por 37,1 milhões de dólares.
O painel de Bacon, composto por três
pinturas diferentes, mostra seu amigo e também artista Lucian Freud numa
cadeira, sendo visto de perfil - pela esquerda e pela direita - e de frente. A
Christie's descreveu o tríptico como "uma verdadeira obra-prima, que marca
a relação entre Bacon e Freud" e sua "afinidade criativa e
emocional".
Quando os lances foram abertos, na
terça-feira, com o valor mínimo de 80 milhões de dólares, pelo menos cinco mãos
se ergueram. Os lances se sucederam, pessoalmente e por telefone, até que o
leiloeiro bateu o martelo por 127 milhões de dólares - valor que ainda não
incluía a comissão.
O comprador foi a galeria Acquavella,
que poderia estar dando o lance em nome de um cliente.
Funcionários da Christie's disseram que
o leilão, e os preços astronômicos obtidos, são mais uma prova da força do
mercado da arte, especialmente em seus escalões superiores.
"Nossos principais colecionadores
fazem lances muito agressivamente, pelo que há de melhor", disse Brett
Gorvy, diretor da Christie's para arte do pós-guerra e contemporânea.
"Realmente acredito que estamos começando algo. Não é uma bolha".
Segundo o presidente da Christie's na
Europa, Jussi Pylkkanen, que foi o leiloeiro dessa venda, colecionadores de 42
países se cadastraram para dar lances. Só 6 das 69 peças não foram vendidas.
Na quarta-feira, é a vez da Sotheby's
fazer seu leilão de arte do pós-guerra e contemporânea.
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