A Orquestra à Base de Corda prepara homenagem
para três ícones da música brasileira no show intitulado “80, 90, 100”, sob a
regência e direção artística do maestro João Egashira. Composições de Hermeto
Pascoal, Moacir Santos e Dilermando Reis fazem parte do repertório da
apresentação que acontece nos dias 5, 6 e 7 de agosto, no Espaço Cultural
Capela Santa Maria.
O tema “80,90,100” representa a idade de cada
compositor homenageado. Hermeto Pascoal completou 80 anos no dia 22 de junho,
Moacir Santos, se vivo, estaria com 90 e Dilermando Reis chegando ao seu
centenário. Com uma década de diferença entre eles, cada compositor apresenta
universos musicais distintos.
Apesar da diferença na sonoridade de cada
compositor, o que une o repertório é a personalidade musical única em cada um
deles, explica o maestro. “A formação de cada um representa universos
distintos. Hermeto é um músico inquieto, já Dilermando apesar de ter
revolucionado a forma de tocar e compor no violão, era mais comportado. Todos
apresentaram importantes mudanças na forma de fazer música brasileira”, afirma
Egashira.
Egashira cita ainda que uma das curiosidades do
Programa são as obras de Moacir Santos, que eram voltadas para instrumentos de
sopros e foram adaptadas para a Orquestra À Base de Corda (OABC). “Os três são
muito significativos para os músicos e para a cultura brasileira de modo geral.
São de escolas diferentes, e isso deixa o Programa ainda mais interessante. É
importante perceber no repertório a particularidade de cada compositor e como
nós costuramos essas sonoridades tendo a OABC como fio condutor”.
“Mas o que eu quero com esses concertos é que
as pessoas sintam emoção! Que a música toque, independente do repertorio e de
quem compôs, mas que chegue no coração das pessoas”, conclui o Maestro.
Saiba mais sobre os compositores homenageados:
Hermeto Pascoal - Um dos músicos homenageados
no show da Orquestra À Base de Corda é o compositor arranjador e
multi-instrumentista brasileiro, Hermeto Pascoal.
Desde pequeno, Hermeto fascinava-se com os sons
da natureza. A partir de um cano de mamona de “gerimum” (abóbora), fazia um
pífano e ficava tocando para os passarinhos. Ao ir para a lagoa, passava horas
tocando com a água. O que sobrava de material do seu avô ferreiro, ele
pendurava num varal e ficava tirando sons. Assim começou e não parou mais.
Atualmente conhecido como “o bruxo” ou “o mago”, é considerado por boa parte
dos músicos como um dos maiores gênios em atividade na música mundial. Poli
instrumentista, é famoso por sua capacidade de extrair música boa de qualquer
coisa, desde chaleiras e brinquedos de plástico até a fala das pessoas.
Moacir Santos - Moacir Santos iniciou seus
estudos em clarinete com 11 anos. Hoje ele é conhecido pelo seu virtuosismo,
dominava o saxofone, o piano, a clarineta, o trompete, o banjo, o violão e a
bateria. É tido como um dos maiores mestres da renovação harmônica da música
popular brasileira (MPB).
Foi parceiro de Vinicius de Moraes, e por esse
também foi homenageado na canção “Samba da Bênção”, com Baden Powell: “Moacir
Santos / tu que não és um só, és tantos / como este meu Brasil de todos os
santos”.
Dilermando Reis - Dilermando Reis, natural de
Guaratinguetá, São Paulo, iniciou seus estudos com o pai, o violonista Chico
Reis. Dilermando tocava violão popular instrumental e lutou muito para elevá-lo
à condição de solista. Consagrado como intérprete, como compositor, e como um
dos maiores violonistas de todos os tempos, a crítica assinalava em Dilermando
Reis: ”a fina sensibilidade interpretativa, chamando atenção para o som cheio e
bem timbrado de seu violão que nunca se confundiu com nenhum outro”. (1987,
Jornal Valeparaibano)
Deixou 10 discos em 78 rpm, vinte LPs e um
álbum de sete volumes “Uma Voz e um Violão em Serenata”, com o cantor Francisco
Petrônio. Dentre os alunos que continuaram a sua escola levantamos o nome de
Bola Sete e Darci Villaverde. O então presidente Juscelino Kubitscheck, de quem
ele era amigo pessoal, desfrutou das aulas deste mestre, e foi em razão dessa
amizade que Dilermando compôs a primeira música em homenagem à nova capital do
país, Brasília fato do qual muito se orgulhava.
As apresentações da Orquestra à Base de Corda
acontecem dia 5 de agosto às 20h00; dia 6 de agosto às 18h30 e dia 7 de agosto
às 18h30. Os ingressos custam R$ 30,00 e R$15,00 (meia) e podem ser obtidos na
bilheteria da Capela e através do site https://www.ingressorapido.com.br/compras/?id=51531#!/tickets
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