quinta-feira, 19 de julho de 2018

Grupo Antropofocus comemora 18 anos com novo espetáculo no Miniguaira


O Antropofocus está completando 18 anos de atividades ininterruptas, sempre pesquisando a comédia e o humor. E para celebrar sua maioridade, apresenta uma programação que contempla turnês com os espetáculos de repertório, cursos e outras ações que acontecerão no decorrer do ano de 2018.  E agora o grupo chega a Curitiba, para apresentar o espetáculo “Histórias Extraordinéditas”, dirigido por Andrei Moscheto, no Miniguaíra, com apresentações de 20 a 29 de julho, sextas e sábados, às 20h e domingo, às 19h.  Os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia).
Dentro de um espaço deslocado do tempo real, quatro escritores - vividos por Anne Celli, Andrei Moscheto, Edran Mariano e Marcelo Rodrigues -  dão vida às histórias que foram deixadas de lado. Momentos reais que ficaram marcados na memória e que, ao serem compartilhados com a plateia, são transformados em algo totalmente novo.
“Histórias Extraordinéditas” recebe esse nome pela proposta de buscar um olhar poético sobre as histórias do cotidiano, demonstrando que mesmo em algo aparentemente sem importância pode-se encontrar algo “extraordinário”. Por ser criada diante da plateia, a cena não se repete, é apenas para aquela noite, apenas aquela vez e o que o público assiste é inédito – inclusive, para os atores e técnicos do Antropofocus.

PROPOSTA DO GRUPO - Em comemoração aos 18 anos de existência do Antropofocus, o grupo se lançou a um desafio: o de criar um espetáculo com cenas a partir de histórias contadas pela platéia.  Assim nasceu “Histórias Extraordinéditas”.
Quando o grupo começou a se reunir, no ano de 2000, para montar espetáculos em que todos os artistas pudessem colaborar com a construção da dramaturgia, a improvisação foi o caminho técnico para que isso fosse possível. Nessa época, enquanto os integrantes ainda cursavam a Faculdade de Artes do Paraná, as referências eram Augusto Boal, Viola Spolin e Dario Fo. Ao desenvolverem o caminho para a construção da dramaturgia os atores perceberam o potencial que o improviso em si continha. Com o passar dos anos e com a criação de pontes de comunicação com outros grupos de comédia e improviso no Brasil e no mundo - Jogando no Quintal e Barbixas (ambos SP), Uma Companhia (MG), Accion Impro (Colômbia), Loose Moose (Canadá), The National Theatre of the World (Canadá), Marcelo Savignone (Argentina), Complot Escena (México), Mamut (Chile) – a amplitude da ferramenta de improvisação ficou cada vez mais evidente e era necessário buscar uma maneira de poder extrapolar sua utilização, com um detalhe: sem abrir mão da teatralidade.
As bases de estudo do Antropofocus vieram de outros grupos de humor, como o Monty Python (Inglaterra), com a liberdade da linguagem nonsense; o Les Luthiers (Argentina), com seus textos de humor refinado e jogos de palavras; o Asdrúbal Trouxe o Trombone (Brasil), pelo processo colaborativo de criação e os Parlapatões (Brasil) pela referência de ser um grupo de pesquisa de humor.
Além das parcerias e do desenvolvimento da pesquisa continuada, para a construção de “Histórias Extraordinéditas”, três importantes artistas foram convidados para assessorar o projeto e aprofundar o estudo sobre construção dramatúrgica, principalmente a dramaturgia dinâmica ou dramaturgia compartilhada - aquela que acontece no palco entre os atores que tecem o texto juntos. São eles:

- Omar Argentino: improvisador argentino que mora na Espanha e autor do livro “Del Salto ao Vuelo”, livro didático de improvisação teatral, referência para atores do mundo todo. Já participou de todos os festivais nacionais e internacionais de improviso, apresentando seu espetáculo “Solo de Impro”, em cartaz há mais de 10 anos. Esteve em Curitiba para trabalhar com o Antropofocus estruturações das ideias dramáticas e novas formas de construções dramatúrgicas, aprimorando a criação e a condução das histórias para novos caminhos, ampliando as conexões entre personagens e as formas de realizar edições de tempo e espaço.

- Marcio Ballas: fundador da Cia do Quintal (SP) e da Casa do Humor. Dirigiu o espetáculo “Caleidoscópio”, sucesso de público em São Paulo. É referência de improviso no Brasil. Trouxe para o grupo os conceitos de estruturas dramatúrgicas de um espetáculo de improvisação, ressonância entre improvisação e o conceito estético do espetáculo.

- Daniel Nascimento: fundador dos Barbixas (SP) tem formação de improvisação no UCB (Nova Iorque), estudou no Loose Moose Theatre com Keith Johnstone (Calgary – Canadá). Colaborou para preparar o Antropofocus, trabalhando com o grupo as diversas possibilidades de criações de histórias a partir do mínimo de informações oferecidas pela plateia, e como buscar uma comicidade menos óbvia a cada proposta.

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