O Antropofocus está completando 18 anos de
atividades ininterruptas, sempre pesquisando a comédia e o humor. E para celebrar
sua maioridade, apresenta uma programação que contempla turnês com os
espetáculos de repertório, cursos e outras ações que acontecerão no decorrer do
ano de 2018. E agora o grupo chega a
Curitiba, para apresentar o espetáculo “Histórias Extraordinéditas”, dirigido
por Andrei Moscheto, no Miniguaíra, com apresentações de 20 a 29 de julho,
sextas e sábados, às 20h e domingo, às 19h.
Os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia).
Dentro de um espaço deslocado do tempo real,
quatro escritores - vividos por Anne Celli, Andrei Moscheto, Edran Mariano e
Marcelo Rodrigues - dão vida às
histórias que foram deixadas de lado. Momentos reais que ficaram marcados na
memória e que, ao serem compartilhados com a plateia, são transformados em algo
totalmente novo.
“Histórias Extraordinéditas” recebe esse nome
pela proposta de buscar um olhar poético sobre as histórias do cotidiano,
demonstrando que mesmo em algo aparentemente sem importância pode-se encontrar
algo “extraordinário”. Por ser criada diante da plateia, a cena não se repete,
é apenas para aquela noite, apenas aquela vez e o que o público assiste é
inédito – inclusive, para os atores e técnicos do Antropofocus.
PROPOSTA DO GRUPO - Em comemoração aos 18 anos
de existência do Antropofocus, o grupo se lançou a um desafio: o de criar um
espetáculo com cenas a partir de histórias contadas pela platéia. Assim nasceu “Histórias Extraordinéditas”.
Quando o grupo começou a se reunir, no ano de
2000, para montar espetáculos em que todos os artistas pudessem colaborar com a
construção da dramaturgia, a improvisação foi o caminho técnico para que isso
fosse possível. Nessa época, enquanto os integrantes ainda cursavam a Faculdade
de Artes do Paraná, as referências eram Augusto Boal, Viola Spolin e Dario Fo.
Ao desenvolverem o caminho para a construção da dramaturgia os atores
perceberam o potencial que o improviso em si continha. Com o passar dos anos e
com a criação de pontes de comunicação com outros grupos de comédia e improviso
no Brasil e no mundo - Jogando no Quintal e Barbixas (ambos SP), Uma Companhia
(MG), Accion Impro (Colômbia), Loose Moose (Canadá), The National Theatre of
the World (Canadá), Marcelo Savignone (Argentina), Complot Escena (México),
Mamut (Chile) – a amplitude da ferramenta de improvisação ficou cada vez mais
evidente e era necessário buscar uma maneira de poder extrapolar sua
utilização, com um detalhe: sem abrir mão da teatralidade.
As bases de estudo do Antropofocus vieram de
outros grupos de humor, como o Monty Python (Inglaterra), com a liberdade da
linguagem nonsense; o Les Luthiers (Argentina), com seus textos de humor
refinado e jogos de palavras; o Asdrúbal Trouxe o Trombone (Brasil), pelo
processo colaborativo de criação e os Parlapatões (Brasil) pela referência de
ser um grupo de pesquisa de humor.
Além das parcerias e do desenvolvimento da
pesquisa continuada, para a construção de “Histórias Extraordinéditas”, três
importantes artistas foram convidados para assessorar o projeto e aprofundar o
estudo sobre construção dramatúrgica, principalmente a dramaturgia dinâmica ou
dramaturgia compartilhada - aquela que acontece no palco entre os atores que
tecem o texto juntos. São eles:
- Omar Argentino: improvisador argentino que
mora na Espanha e autor do livro “Del Salto ao Vuelo”, livro didático de
improvisação teatral, referência para atores do mundo todo. Já participou de
todos os festivais nacionais e internacionais de improviso, apresentando seu
espetáculo “Solo de Impro”, em cartaz há mais de 10 anos. Esteve em Curitiba
para trabalhar com o Antropofocus estruturações das ideias dramáticas e novas
formas de construções dramatúrgicas, aprimorando a criação e a condução das
histórias para novos caminhos, ampliando as conexões entre personagens e as
formas de realizar edições de tempo e espaço.
- Marcio Ballas: fundador da Cia do Quintal
(SP) e da Casa do Humor. Dirigiu o espetáculo “Caleidoscópio”, sucesso de
público em São Paulo. É referência de improviso no Brasil. Trouxe para o grupo
os conceitos de estruturas dramatúrgicas de um espetáculo de improvisação,
ressonância entre improvisação e o conceito estético do espetáculo.
- Daniel Nascimento: fundador dos Barbixas (SP)
tem formação de improvisação no UCB (Nova Iorque), estudou no Loose Moose
Theatre com Keith Johnstone (Calgary – Canadá). Colaborou para preparar o
Antropofocus, trabalhando com o grupo as diversas possibilidades de criações de
histórias a partir do mínimo de informações oferecidas pela plateia, e como
buscar uma comicidade menos óbvia a cada proposta.
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