A música eletrônica se faz presente atualmente
em muitos momentos da sociedade: em sucessos de rádio, nas pistas de dança, em
trilhas de cinema e novelas, nos próprios computadores. Há, contudo, espaços em
que aparece muito pouco. É o caso dos teatros, sobretudo em programações
relacionadas à música clássica. Pela segunda vez em sua história, a Série Solo
Música pauta um concerto do gênero, desta vez com o músico, compositor e
produtor Paulo Beto, também conhecido por Anvil FX. Ele apresenta um concerto
inédito na Caixa Cultural de Curitiba, nesta terça-feira (10), que tem tudo
para ser no mínimo surpreendente.
“Paulo Beto é artista respeitado e, como
poucos, procura em seu trabalho uma interação entre a música eletrônica de
linguagem pop e o universo da música clássica”, diz Alvaro Collaço, produtor e
curador da Série, que agendou há dois anos recital com a russa Lydia Kavina,
instrumentista de teremin. Municiado de sintetizadores analógicos, Paulo Beto
ao mesmo tempo faz homenagem ao passado, como aponta elementos do futuro do
gênero musical. “Quero apresentar um pouco sobre a evolução da música
eletrônica nos últimos cem anos, mostrando que ela vai além do se imagina sobre
ela normalmente. E também vou homenagear dois nomes brasileiros muito
influentes, que são Jocy de Oliveira e Jorge Antunes, mostrando que existe uma história
pioneira no Brasil Outro foco é mostrar as possibilidades eletrônicas que
expandiram a maneira de pensar a música”, explica o músico
No programa do concerto estão composições que
dialogam com a música clássica, como “Bachteria”, composta por Paulo Beto em
homenagem a Johann Sebastian Bach, a “Sinfonia 2018, opus 1” e as homenagens a
Jorge Antunes, carioca e que reside em Brasília e foi o precursor da música
eletroacústica no Brasil e a Jocy de Oliveira, compositora curitibana pouco
conhecida em sua cidade e que há anos reside no Rio de Janeiro. O concerto
encerra-se, contudo, em clima “disco” e retrô com “The Chase”, música escrita
por Giorgio Moroder para o filme “O Expresso da Meia Noite”.
Ativista da música eletrônica - Um dos
principais artistas da cena eletrônica de São Paulo, Paulo Beto nasceu em Minas
Gerais. É mentor do grupo Anvil FX, em parceria com Juliana R. e Bibiana Graeff.
Lançou seis CDs e dois LPs com músicas próprias e tem participações em
coletâneas no Brasil, Itália, França, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e
Japão. Dividiu o palco com atrações internacionais como Swamp Terrorists, Atari
Teenage Riot, Ed Rush, Flanger, Nicola Conte, Amon Tobin, Stereolab, Truus de
Groot e James Sclavunos (atual baterista do Nick Cave and Bad Seeds).
Participou de improvisação livre com o vocalista Damo Suzuki (ex-CAN).
Paulo Beto já se apresentou em Nova York,
Barcelona, Monterrey, Buenos Aires, Paris, Berlim e na França, em Cannes.
Produziu remixes e tem parcerias com Otto, Trio Mocotó, Pat C, Andrea Marquee,
Zé do Caixão, Rica Amabis, Antonio Pinto (“Cidade de Deus” remixes), Le Hamond
Inferno, Peter Thomas, Flu e Mawaca. Foi coprodutor e músico no evento
"Tributo a Rogério Duprat - Experiências Tropicais" realizado em São
Paulo, em 2003, com participações de Ruriá Duprat e Arnaldo Dias Baptista.
Desenvolve o projeto Zeroum com Tatá Aeroplano que explora ritmos e temas
ligados ao transe eletrônico e à psicodelia, com pitadas de Krautrock. Desde
1997 compõe e faz performances ao vivo para trilhas sonoras de filmes mudos.
Através da sua produtora “Anvil FX Music and Sound Design”, cria trilhas para
comerciais e cinema.
A apresentação de Paulo Beto dentro da Série
Solo Música acontece às 20h, tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e é uma
realização de Alvaro Collaço Produções. Os ingressos custam R$ 20,00 e R$ 10,00
(meia) e podem ser adquiridos na bilheteria da Caixa Cultural, na Rua
Conselheiro Laurindo, 280. Mais informações pelo fone 2118-5111.
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