A edição de julho do jornal Cândido, editado
mensalmente pela Biblioteca Pública do Paraná, traz como destaque um especial
sobre Sérgio Sant'Anna, escritor que ajudou a ampliar os horizontes do conto
brasileiro nos anos 1970. Com uma prosa que mistura ensaísmo, poesia,
autoficção e que flerta com o teatro e as artes plásticas, Sant’Anna destila um
amplo repertório de temas e formas há mais de 50 anos, e hoje, aos 76 anos,
parece estar no auge de sua forma.
No perfil feito pelo jornalista e escritor
Álvaro Costa e Silva para o Cândido, Sant’Anna reafirma o desejo de transformar
sua escrita a cada novo trabalho (“do contrário perderia a graça”) e fala,
entre outros assuntos, sobre sua rotina de escrita, o envelhecimento e a
quantidade absurda de livros de ficção publicados no mercado brasileiro. Costa
e Silva também ouviu escritores de diversas gerações, que comentam a
importância da obra de Sérgio Sant' Anna.
Para completar o especial, o crítico Alcir
Pécora, em breve ensaio, ressalta o aspecto múltiplo da prosa do autor carioca,
em contraste com outros contistas da mesma geração, e André Sant’Anna, filho de
Sérgio, publica um conto em que o pai é um dos personagens.
Além do especial sobre o autor de, entre
outros, “Anjo noturno: narrativas” (2017) e “O conto zero e outras histórias”
(2016), a edição de julho traz outros conteúdos. Na décima entrevista da série
“Os Editores”, Jiro Takahasi resgata alguns momentos vividos ao longo dos 52
anos de atuação no mercado editorial, incluindo projetos bem-sucedidos, como
“Nosso tempo” e “Para gostar de ler” e a série “Vagalume”.
A edição 84 do Cândido ainda conta com a
transcrição do bate-papo com o gaúcho Luiz Antonio de Assis Brasil - que abriu,
em maio, a temporada 2018 do projeto Um Escritor na Biblioteca - e uma
reportagem que revela algumas narrativas de ficção que fizeram a cabeça da
geração que viveu o agitado ano de 1968. Entre os inéditos, o Cândido publica
poemas de Marilena Castro, Lívia Marangoni, Tarso de Melo e Niels Hav, em
tradução de Edivaldo Ferreira e Matheus Peleteiro.
O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil
exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em
diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as
bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado, pelo
correio, para assinantes a diversas partes do Brasil.
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