O grande homenageado da Corrente
Cultural 2013, o músico Waltel Branco, foi recebido por amigos, admiradores e
autoridades, na noite de quarta-feira (30), em solenidade na sede da Associação
Comercial do Paraná. Promovido pela ACP e Fundação Cultural de Curitiba (FCC) o
evento foi mais uma oportunidade de referenciar um dos nomes mais importantes
do cenário musical brasileiro. Além das homenagens recebidas, a grande surpresa
da noite foi a entrega de uma guitarra presenteada pelo compositor alagoano
Djavan, que teve Waltel como seu grande incentivador no começo da carreira.
Em depoimento para a FCC, Djavan contou
que Waltel Branco foi determinante para a sua carreira. Logo que o músico
chegou ao Rio de Janeiro, em 1975, foi levado para a gravadora Som Livre onde o
paranaense era produtor e foi um dos primeiros a lhe escutar cantar. Além dos
conselhos, Waltel Branco provocou Djavan e comentou: “Mas seu violão é
ruinzinho. Você quer um violão? Eu te dou um violão”. No outro dia, Djavan
deparou-se com seis violões em seus cases e escutou de Waltel: “Escolhe!”.
“Eu peguei o primeiro que vi e até hoje
é o violão que eu gravo todos os meus discos. O Waltel sempre foi uma pessoa
muita generosa, ele dava tudo, sempre foi desprendido, um homem moderno”, conta
Djavan.
Filho ilustre – Para o presidente da
FCC, Marcos Cordiolli, a Corrente Cultural a homenagem é apenas um pequeno
gesto diante grandeza do trabalho de Waltel Branco. “A Fundação Cultural está
cada vez mais empenhada mostrar o reconhecimento aos filhos da cidade que tem
grande expressão cultural”, afirma Cordiolli.
O músico Glauco Solter ressaltou a
importância da celebração de artistas, de ícones culturais da cidade. “Waltel
Branco é um nome histórico para a cultura paranaense. Para nós músicos ele
representa muito bem a nossa cultura”, diz Glauco.
Para o jornalista e compositor Cláudio
Ribeiro não é possível contar a história da música paranaense e brasileira sem
falar de Waltel Branco. “Waltel não é músico, Waltel é a própria música”.
Sobre o maestro - Waltel Branco nasceu
em Paranaguá em 22 de novembro de 1929, no Dia do Músico. Rodou o mundo por
Cuba, Estados Unidos, Europa e Japão, tocou com os melhores e hoje mora em
Curitiba, onde pode ser encontrado em estabelecimentos tradicionais, ou mesmo
como convidado em um ou outro show no Teatro do Paiol. É músico completo:
maestro, compositor, arranjador, violonista, guitarrista, produtor, professor.
Especialista em trilhas para novelas e cinema. Já ensaiou a orquestra nos
concertos de Igor Stravinski no Brasil. Andrés Segovia, Nat King Cole, Dizzy
Gillespie, Bento Mossurunga, Tom Jobim, Roberto Carlos, Tim Maia, Baden Powell,
Quincy Jones e Henry Mancini estão na lista de músicos que trabalharam,
ensinaram ou aprenderam com ele. Da parceria com Mancini saiu seu trabalho mais
conhecido no mundo, há exatos 50 anos: os arranjos do tema de A Pantera
Cor-de-Rosa. Trabalhou no álbum Chega de Saudade, de João Gilberto, colocando
sua assinatura no nascimento da bossa nova.
Confira no vídeo o depoimento do cantor Djavan e a história do violão que ganhou de Waltel e usa para gravar seus
discos até hoje.
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