terça-feira, 14 de agosto de 2018

Edição de agosto do Cândido traz especial sobre a nova literatura argentina


A edição de agosto do jornal Cândido, editado mensalmente pela Biblioteca Pública do Paraná, tem como destaque um especial sobre a nova geração de escritores argentinos. O país, que perdeu recentemente um de seus autores mais brilhantes, Ricardo Piglia, morto em 2017, vê a literatura local andar a passos largos, com muitos de seus ficcionistas sendo traduzidos em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. É o caso de “Selva Almada” e “Santanta Schweblin”, cujas obras o escritor Carlos Henrique Schroeder destaca no ensaio que escreveu para a edição.
Atento à produção literária do país vizinho, Schroeder passeia por diversos períodos e autores e, claro, joga luz na trajetória e influência de Jorge Luis Borges, que de tão grande, acabou se tornando uma barreira para novas gerações durante muitas décadas. Ainda assim, os jovens autores têm surgido em grande quantidade, muitos deles, afinados com os novos tempos, encontrando guarida em pequenas editoras. Pedro Mairal, Miguel Vitagliano, Ricardo Zelarayán e Marcelo Birmajer são alguns dos nomes que merecem ser conhecidos no Brasil, segundo Schroeder.
Ampliando a discussão sobre a nova literatura argentina, Ronaldo Bressane entrevista Daniel Link, um dos mais provocativos autores e acadêmicos argentinos, que fala sobre o cruzamento de gêneros nas obras de Borges, Copi e Rodolfo Walsh. A tradutora Marina Sanchez, que vive em Buenos Aires desde 2015, assina tradução de um trecho do romance “Eisejuaz”, clássico de Sara Gallardo que será publicado em setembro no Brasil pela editora Relicário.
Outro destaque da edição é a entrevista da série Os Editores, com Ivan Pinheiro Machado, fundador da editora gaúcha L&PM. Na conversa com o editor do Cândido, Luiz Rebinski, ele relembra os primeiros passos da empresa até chegar ao atual catálogo, com mais de 3 mil títulos. E fala também sobre como popularizou autores underground a partir de Coleção Pocket, um dos maiores sucessos editoriais do país.
A obra “Sevilha Andando”, uma das mais incomuns do legado de João Cabral de Melo Neto, é tema da reportagem assinada pelo jornalista e escritor Marcio Renato do Santos, que entrevista críticos e leitores para falar sobre as particularidades da obra mais lírica do antilírico João Cabral.
O poeta Glauco Flores de Sá Brito é personagem de um perfil assinado pelo jornalista José Carlos Fernandes. Radicado em Curitiba, nos anos 1930, Glauco marcou a vida cultural da cidade ao transitar por várias áreas, como teatro, TV e literatura.
Entre os inéditos, o Cândido publica conto de Otávio Duarte, poemas de Otto Leopoldo Winck, Ewerton Martins Ribeiro, Ana Elisa Ribeiro e Dylan Thomas, em tradução de Gilmar Leal Santos. A ilustração da capa é assinada pelo artista Índio San.
O Cândido tem tiragem mensal de 7 mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado, pelo correio, para assinantes a diversas partes do Brasil. 

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