O prefeito Rafael Greca e o arcebispo
metropolitano da Arquidiocese de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo,
inauguraram, na noite desta quarta-feira (15), o restauro da Capela Nossa
Senhora da Glória, na Avenida João Gualberto, no bairro Alto da Glória. A
edificação que integra o patrimônio histórico de Curitiba foi totalmente
reformada.
Fechada por aproximadamente seis anos, segundo
a Arquidiocese, a capela ficou tomada pelos convidados e moradores da região na
reabertura. A cerimônia teve muita música e emoção. Além da Banda Lyra, a
Camerata Antiqua de Curitiba preparou um concerto especial para celebrar a
reabertura da capela, sob a regência de Mara Campos.
O prefeito Rafael Greca foi um dos que se emocionaram
ao ver a capela reconstituída. “Esta Capela de Nossa Senhora da Glória é uma
joia da arquitetura curitibana, de 1895. É um tesouro. Ela é um resumo da nossa
história, da história da erva-mate”, disse o prefeito, que citou imagens e
outros elementos da igreja que foram doadas por importantes curitibanos.
Greca também lembrou de fotos e outras
referências próximas à capela que remontam à história da cidade. A capela foi
doada pela família Leão para a Mitra em 2000.
“A nossa história está aqui. Quando entrei na
Prefeitura, o prédio estava caindo. Tivemos que recolher as imagens na Cúria.
Um pedaço do afresco chegou a cair e foi guardado por uma pessoa que teve pena
que se perdesse”, contou o prefeito.
O afresco original citado pelo prefeito foi
devolvido e está exposto para os visitantes na parede lateral esquerda, perto
da entrada da capela. “Esta joia rara é um oratório cultural e religioso. As
igrejas precisam permanecer para preservar a memória”, disse Greca.
Preservação do patrimônio - A restauração só
foi possível porque a Prefeitura de Curitiba utilizou a Lei Municipal do
Potencial Construtivo, transferindo para a Mitra o valor da venda de cotas do
potencial arrecadadas especificamente para este restauro.
Pela legislação, a lei pode ser aplicada para
unidades históricas como a Capela da Glória, que é cadastrada pela Prefeitura
de Curitiba como Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP).
O restauro custou R$ 1,27 milhão e as obras
civis foram executadas em um ano pela empresa contratada pela Mitra, a G
Arquitetura, a mesma que fez o restauro da Catedral Basílica de Curitiba.
A restauração da edificação de 182 metros
quadrados e da área externa (jardins e passeios) de 238 metros quadrados foi
acompanhada pela Mitra e pela Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural
(CAPC), que reúne uma equipe de arquitetos e historiadores da Secretaria
Municipal do Urbanismo, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de
Curitiba (Ippuc) e da Fundação Cultural de Curitiba.
A CAPC também foi responsável pela aprovação do
projeto de restauro, analisando os aspectos técnicos e artísticos. O projeto de
restauro foi desenvolvido pela Soczeck e Bandil Arquitetura.
Com o restauro, a construção passa a atender a
legislação de acessibilidade. Agora a capela tem rampas de acesso e elevador
junto ao portão principal.
A presidente da Fundação Cultural de Curitiba e
do Conselho Municipal de Patrimônio, Ana Cristina de Castro, destaca a
importância da recuperação de um dos símbolos arquitetônicos da cidade.
“Conservar a memória, a história e preservar o patrimônio cultural dos
curitibanos faz parte da missão da Fundação Cultural de Curitiba”, disse ela.
O ecônomo da Arquidiocese de Curitiba e capelão
responsável pelas capelas do Centro Cívico, Padre José Aparecido Pinto,
informou que as atividades religiosas da capela, como missas, batizados e
casamentos, terão início em outubro.
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