sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Restaurada, Capela Nossa Senhora da Glória foi entregue aos curitibanos


O prefeito Rafael Greca e o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, inauguraram, na noite desta quarta-feira (15), o restauro da Capela Nossa Senhora da Glória, na Avenida João Gualberto, no bairro Alto da Glória. A edificação que integra o patrimônio histórico de Curitiba foi totalmente reformada.
Fechada por aproximadamente seis anos, segundo a Arquidiocese, a capela ficou tomada pelos convidados e moradores da região na reabertura. A cerimônia teve muita música e emoção. Além da Banda Lyra, a Camerata Antiqua de Curitiba preparou um concerto especial para celebrar a reabertura da capela, sob a regência de Mara Campos.
O prefeito Rafael Greca foi um dos que se emocionaram ao ver a capela reconstituída. “Esta Capela de Nossa Senhora da Glória é uma joia da arquitetura curitibana, de 1895. É um tesouro. Ela é um resumo da nossa história, da história da erva-mate”, disse o prefeito, que citou imagens e outros elementos da igreja que foram doadas por importantes curitibanos.
Greca também lembrou de fotos e outras referências próximas à capela que remontam à história da cidade. A capela foi doada pela família Leão para a Mitra em 2000.
A nossa história está aqui. Quando entrei na Prefeitura, o prédio estava caindo. Tivemos que recolher as imagens na Cúria. Um pedaço do afresco chegou a cair e foi guardado por uma pessoa que teve pena que se perdesse”, contou o prefeito.
O afresco original citado pelo prefeito foi devolvido e está exposto para os visitantes na parede lateral esquerda, perto da entrada da capela. “Esta joia rara é um oratório cultural e religioso. As igrejas precisam permanecer para preservar a memória”, disse Greca.

Preservação do patrimônio - A restauração só foi possível porque a Prefeitura de Curitiba utilizou a Lei Municipal do Potencial Construtivo, transferindo para a Mitra o valor da venda de cotas do potencial arrecadadas especificamente para este restauro.
Pela legislação, a lei pode ser aplicada para unidades históricas como a Capela da Glória, que é cadastrada pela Prefeitura de Curitiba como Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP).
O restauro custou R$ 1,27 milhão e as obras civis foram executadas em um ano pela empresa contratada pela Mitra, a G Arquitetura, a mesma que fez o restauro da Catedral Basílica de Curitiba.
A restauração da edificação de 182 metros quadrados e da área externa (jardins e passeios) de 238 metros quadrados foi acompanhada pela Mitra e pela Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural (CAPC), que reúne uma equipe de arquitetos e historiadores da Secretaria Municipal do Urbanismo, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Fundação Cultural de Curitiba.
A CAPC também foi responsável pela aprovação do projeto de restauro, analisando os aspectos técnicos e artísticos. O projeto de restauro foi desenvolvido pela Soczeck e Bandil Arquitetura.
Com o restauro, a construção passa a atender a legislação de acessibilidade. Agora a capela tem rampas de acesso e elevador junto ao portão principal.
A presidente da Fundação Cultural de Curitiba e do Conselho Municipal de Patrimônio, Ana Cristina de Castro, destaca a importância da recuperação de um dos símbolos arquitetônicos da cidade. “Conservar a memória, a história e preservar o patrimônio cultural dos curitibanos faz parte da missão da Fundação Cultural de Curitiba”, disse ela.
O ecônomo da Arquidiocese de Curitiba e capelão responsável pelas capelas do Centro Cívico, Padre José Aparecido Pinto, informou que as atividades religiosas da capela, como missas, batizados e casamentos, terão início em outubro.

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