(ABr) - O escritor baiano Antônio
Torres foi eleito nesta quinta-feira (7) para ocupar a Cadeira 23 da Academia Brasileira de
Letras (ABL), vaga desde o dia 3 de agosto, com a morte do jornalista e
musicólogo Luiz Paulo Horta. Romancista, Torres obteve 34 dos 39 votos.
A Cadeira 23, fundada pelo primeiro
presidente da ABL, Machado de Assis, já teve como ocupantes os escritores
Lafayette Rodrigues Pereira, Alfredo Pujol, Otávio Mangabeira, Jorge Amado e
Zélia Gattai.
Nascido em 1940 em um povoado chamado
Junco, hoje a cidade de Sátiro Dias, no sertão da Bahia, Antônio Torres estudou
em Salvador, onde começou a trabalhar como repórter no Jornal da Bahia. Também
foi publicitário em São
Paulo , antes de ir para o Rio de Janeiro.
Sua estreia na literatura ocorreu em
1972, com o romance Um Cão Uivando para a Lua. Desde então, publicou outras 15
obras, entre elas os romances Essa Terra (1976) e Um Táxi para Viena D'Áustria
(1991), ambos traduzidos para o francês
e que valeram ao escritor a condecoração de Chevalier des Arts et
Lettres, concedida em 1998 pelo governo da França.
Antônio Torres também recebeu outros
prêmios literários, entre eles o Machado de Assis, da própria ABL, concedido em
2000. Os romances e livros de contos do escritor têm como cenários tanto o meio
rural como a vida urbana ou ainda a história do Brasil, como é o caso de Meu
Querido Canibal (2000), que relata a saga dos índios tamoios, na época da
fundação da cidade do Rio de Janeiro.
Em 2011, Antônio Torres tentou
ingressar na academia, mas foi derrotado pelo jornalista Merval Pereira Filho.
Os outros escritores que concorriam à Cadeira 23 são Blasco Peres Rego, Eloi
Angelo Ghio, José Wiliam Vavruk, Felisbelo da Silva e Wilson Roberto de
Carvalho de Almeida.
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