O Balé Teatro Guaíra apresenta nestas quarta e
quinta-feiras (12 e 13), às 20h, a Mostra Curta BTG - Guairão do Avesso, em que
o público vai assistir ao espetáculo no próprio palco. Uma pequena arquibancada
para 70 pessoas será montada e a plateia vai compartilhar o espaço com os
bailarinos. O objetivo é criar um ambiente mais intimista para a apresentação
de duas coreografias de dança contemporânea – “Sobre Seus Olhos”, da bailarina
do BTG Karin Chaves, e “Super Natural”, do sul-coreano Jae Duk Kim. A entrada é
franca.
Cíntia Napoli, diretora do balé, explica que a
ideia surgiu para apresentar a dança contemporânea ao espectador de uma forma
mais próxima, com uma troca imediata, quase como se ele fosse também parte da
coreografia. "Para o público é uma nova experiência, de estar tão próximo
e apreciar uma obra com intimidade, quase um tocar literal. É perceber a
respiração e o suor do bailarino e se envolver quase como se estivessem
mergulhando no espetáculo, sem muitos recursos cênicos, sem aparatos, a coisa é
no corpo, na linguagem".
Para os bailarinos, essa é uma oportunidade de
produzir outras proposições estéticas. Cíntia afirma que o Mostra Curta BTG
nasceu não só do desejo, mas também da necessidade de expandir o espaço para o
bailarino experimentar. "São trabalhos de curta duração, mas que exigem
muito estudo e pesquisa. Para eles, que estão acostumados a dançar no grande
auditório para um público de 2200 pessoas, este projeto é muito importante por
ter o público próximo, com uma troca intensa em tempo real".
Coreografias - Karin Chaves explica que “Sobre
Seus Olhos” aborda a visão e a falta dela. "A concepção coreográfica
surgiu da vontade de traduzir as sensações absorvidas durante experiências
propostas para relembrar de sentidos pouco percebidos por portadores da
visão", diz.
No processo de criação os bailarinos fizeram
entrevistas com pessoas que não enxergam, discutindo as estratégias para a
superação de dificuldades. "Mesclo o real e o lúdico na tentativa de criar
um ambiente que transporta o espectador para dentro da cena, criando a possibilidade
de que ele relacione sua experiência de vida com essa dimensão cênica, através
da empatia. O que definitivamente conta não são as coisas que nos acontecem,
mas o impacto que esses fatos nos causam e o valor que damos a elas",
afirma.
A coreografia “Super Natural” foi criada em
2016, quando o sul-coreano Jae Duk Kim fez um intercâmbio artístico no BTG. Com
essa obra, o coreógrafo, bailarino, músico e também líder do renomado grupo de
dança contemporânea Modern Table traz uma mostra de sua linguagem artística. A
coreografia revela características singulares do coreógrafo e da cultura
oriental, trazendo para a cena uma dança ritualística e contemporânea.
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