O Museu da Gravura Cidade de Curitiba abre
nesta quinta-feira (20), às 19h, duas exposições que retratam o cotidiano de
ambientes distintos. Em “Rio Uatumã, Paisagem Sonora”, a artista Isabelle
Mesquita traz o resultado da experiência que investigou o apagamento do ofício
da construção artesanal de barcos, no pequeno município de São Sebastião do
Uatumã, no Amazonas. Já a artista Michelle Fiorucci mostra em “Gravura no
Muro”, obras em xilogravura que remetem ao cotidiano urbano.
Isabelle Mesquita reflete, em fotografias,
desenhos, gravuras, imagens de arquivos públicos e privados, objetos e
videoartes, sobre o deslocamento entre o passado e o presente, com o impacto
causado aos ribeirinhos que percorrem o Rio Uatamã. A exposição exibe um
recorte da pesquisa artística feita por ela, fruto de um intercâmbio entre duas
universidades públicas, uma do Sul e outra do Norte do Brasil, apresentando os
resultados dos trabalhos realizados a partir de 2015.
“Na Amazônia, carros são barcos e estradas são
rios. O barco regional de madeira movido a motor de popa é a embarcação típica
dos ribeirinhos, onde o Rio Uatumã é pano de fundo na construção dessa
narrativa de memórias”, explica a artista manauara, que mora em Curitiba desde
1999.
Cineasta e artista visual, Isabelle Mesquita
trabalha com etnografias, primitivismo e memória. Desde 2012 é aluna do atelier
de gravura do Museu da Gravura, no Solar do Barão, que frequenta regularmente.
Fez residência artística no Amazonas, com o projeto “Rio Uatumã: Paisagem
Sonora”, entre 2015/2016
Gravura no Muro - Na mostra “Gravura no Muro -
Memórias Gráficas do Cotidiano Urbano”, Michelle Fiorucci apresenta
xilogravuras em duas perspectivas: o privado e o público, ora emolduradas e
numeradas, ora com padronagens em grandes lambe-lambes. Na exposição a artista
exibe trabalhos que levam o espectador a buscar nas lembranças as referências
das artes e memórias gráficas que as cidades proporcionam, nas gravuras em
papel, em azulejo, impressões de antigos muros pré-moldados e as grandes
impressões em tecido.
Michelle Fiorucci também preparou a mostra
paralela “Matrizes na Matriz”, que fica em cartaz de 22 de setembro a 26 de
outubro na Rua da Cidadania da Matriz, na Praça Rui Barbosa, com exibição das
matrizes xilográficas que fizeram parte do processo das obras apresentadas na
exposição “Gravura no Muro”.
Artista curitibana, Michelle Fiorucci trabalhou
18 anos com arte digital até abandonar o computador, em 2015, para se dedicar
exclusivamente à xilogravura. Produz suas obras em seu atelier particular, na
cidade de Palmeira (PR) e também no atelier de xilogravura do Solar do Barão.
Trabalhou em intervenções urbanas de lambe-lambe no EAV Parque Lage e Muro do
Sergio Porto, no Rio de Janeiro, e em Curitiba e Palmeira.
As exposições ficarão abertas à visitação até o
dia 11 de novembro de 2018, de 3ª a 6ª (9h às 12h e 13h às 18h); sábados,
domingos e feriados (12h às 18h). A entrada é franca.
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