A edição de setembro do jornal Cândido, editado
mensalmente pela Biblioteca Pública do Paraná, traz como destaque um ensaio do
escritor Nelson de Oliveira sobre ideias utópicas que deram origem a livros
emblemáticos da literatura e do pensamento. A partir do clássico “Utopia”, de
Thomas Moore, Oliveira mostra como o pensamento utópico “prospera na reflexão
filosófica, mas também nos mitos sagrados, na arte e na literatura” e também
apresenta uma lista com movimentos literários com viés libertário, cujos
integrantes vislumbraram e orbitaram em torno de uma concepção de escrita.
A edição de setembro também apresenta novo
projeto gráfico do Cândido, concebido para deixar a leitura mais atraente.
Outra novidade é a estreia da coluna “Pensata”, onde escritores convidados
discutem temas atuais sugeridos pela equipe do jornal. Na estreia, o escritor
José Castello comenta tópicos de “A Coisa Mais Próxima da Vida”, livro em que o
crítico inglês James Wood defende, entre outras questões, a “crítica de
escritor”, textos, ou resenhas sobre livros feitos por autores de ficção.
Outro destaque é a transcrição dos melhores
momentos do bate-papo com a escritora Beatriz Bracher, que participou, em
junho, do projeto “Um Escritor na Biblioteca”. Na conversa mediada pelo
jornalista Christian Schwartz, a autora dos romances “Não Falei” (2004) e “Anatomia
do Paraíso” (2015) comentou, entre outras coisas, seu processo de criação e
influências. Já o escritor Mário Bortolotto relembra como conheceu a
provocadora prosa do chef Anthony Bourdain, morto em junho deste ano, que
causou escândalo ao publicar “Cozinha Confidencial”, obra em que revelou os
bastidores dos grandes restaurantes de Nova York.
Duas reportagens resgatam as trajetórias de
importantes escritores. O escritor e jornalista Marcio Renato dos Santos traz à
tona uma discussão sobre o inventário poético de Fernando Pessoa, que deixou 30
mil “papéis” escritos e assinados por 136 “autores ficcionais” - os famosos
heterônimos de Pessoa. E o repórter Daniel Tozzi escreve sobre “A Pulsão Pela Escrita”,
biografia romanceada sobre Wilson Bueno, escrita pelo jornalista e escritor
curitibano Luiz Manfredini. O livro recupera a trajetória de Bueno, um dos
nomes mais inventivos da literatura paranaense e cuja história de vida encanta
tanto quanto sua obra.
Entre os inéditos, a edição publica trecho do
próximo romance da gaúcha Letícia Wierzchowski, que será lançando em outubro
pela editora Bertrand Brasil, contos de Caléu Nilson Moraes e Ernani Buchmann,
além de poema de Fernando José Karl. O desenho da capa é assinado pelo artista
Cezar Berje.
O Cândido tem tiragem mensal de 7 mil
exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em
diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as
bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado, pelo
correio, para assinantes a diversas partes do Brasil.
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