O Museu Paranaense celebra a população
ameríndia em abril com programação dedicada à valorização, preservação e
promoção da cultura, da língua e da arte dos povos indígenas. Curso de língua
caingangue, mesa-redonda sobre arte contemporânea indígena, exibição de filme,
apresentações do grupo Towê Fulni-ô, exposição e venda de artefatos fazem parte
das atividades do Abril Indígena.
“Durante séculos, os índios resistiram a várias
formas de dominação e desenvolveram estratégias para adaptar-se às condições
mais adversas sem perder a dignidade”, disse a diretora do Museu Paranaense,
Gabriela Bettega.
Segundo ela, se a cultura é a lente através da
qual o homem vê o mundo, herdamos dos indígenas o desejo de beleza, provindo de
sua vontade de perfeição ao pintar o corpo, modelar um vaso ou trançar um
cesto, imprimindo em cada peça de seu trabalho a expressão de quem a fez.
“Esperamos que as atividades programadas pelo museu ponham foco na sabedoria
milenar dos nossos povos originários”, afirmou.
PROGRAMAÇÃO - As atividades do Abril Indígena
iniciam nesta quarta-feira (3) com a primeira aula do curso de “Introdução à
Língua e Cultura Caingangue” (até 26 de junho), ministrado pelo pedagogo
Florêncio Rekayg Fernandes, indígena nascido na Terra Indígena Rio das Cobras
no município de Nova Laranjeiras (PR). “Acredito que as minhas iniciativas de
valorização e fortalecimento da cultura caingangue para a sociedade não
indígena só vêm a contribuir no combate ao preconceito, valorizando sempre o trabalho
coletivo e as práticas do meu povo”, diz.
No dia 10, em parceria com a Universidade
Federal do Paraná (UFPR), ocorre o “Arte Indígena Contemporânea em Foco”,
evento que propõe debater e apresentar a estética e poética ameríndia.
A programação inicia às 14h e segue até as 21h,
com mesa-redonda, sarau poético, exposição de arte e exibição de filme. O
evento é gratuito e as inscrições devem ser feitas em bit.ly/arte_indigena.
No dia 11, às 10h e 15h, tem apresentação
cultural do “Grupo Towê Fulni-ô” com exposição e venda de artefatos dos povos
Fulni-ô, de Águas Belas, Pernambuco. As apresentações são abertas ao público e
não é necessário se inscrever previamente.
PIONEIRISMO - Pioneiro na coleta de material
etnográfico, pesquisa e publicação sobre as populações indígenas no Paraná e no
Brasil, o Museu Paranaense possui coleções que datam do século XIX. Destaque
para atuações de pesquisadores como Romário Martins, José Loureiro Fernandes e
Vladimir Kozák.
Pela importância do acervo iconográfico, filmográfico
e textual de 17 povos indígenas brasileiros registrados por Kozák entre 1948 e
1978, desde 2017 o Museu passou a integrar o Programa Memória do Mundo da
Unesco.
Mais informações: 3304-3300 ou
www.museuparanaense.pr.gov.br.
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