“O Que é Original?” é o nome da exposição do
artista Marcelo Conrado, uma promoção do Museu Oscar Niemeyer (MON), que foi
inaugurada nesta quinta-feira (11). Mais do que isso, a mostra também é uma
indagação que o artista faz ao seu público, instigando uma discussão sobre o
conceito de autoria na arte contemporânea.
“Conrado vem construindo sua carreira quase
como quem faz uma escrita e vai relatando a memória”, diz o secretário estadual
da Comunicação Social e da Cultura, Hudson José.
“Marcelo
Conrado instiga a reflexão sobre o uso e o direito da imagem e esse é o papel
do Museu”, afirma Juliana Vosnika.
Artista formado no Centro Juvenil de Artes
Plásticas de Prudentópolis, foi depurando seu estilo e tem duas fases
distintas: a fase inicial cromática, com intensidade de cores, e a fase em
preto e branco, onde ele consegue impor um novo percurso. “É um artista já
reconhecido, mas que precisa ter suas obras revisitadas constantemente”, afirma
o secretário Hudson José.
Com propriedade, o artista questiona, por meio
de sua obra, a autoria na arte. Doutor em Direito pela UFPR e professor da
mesma universidade, Conrado explica que a exposição reúne reflexões próprias de
suas duas vertentes profissionais: arte e Direito.
“Temos aqui uma discussão sobre os conceitos de
autoria, anonimato, apropriação e originalidade na arte”, explica o artista.
Para isso, ele utiliza 20 fotografias licenciadas de bancos de imagens,
sobrepostas a frases anônimas, retiradas de pichações, redes sociais ou
conversas casuais. “É um diálogo entre a apropriação de textos e imagens. Do
duplo anonimato, das fotografias de banco de imagens e de frases, reivindico a
autoria das obras”, afirma.
Em outro espaço da exposição, Conrado apresenta
ao público 13 pinturas em grandes formatos. Estas, por sua vez, ao serem
produzidas, receberam influência de outros artistas, o que mantém vivo o
questionamento central da mostra.
No espaço dedicado às pinturas, a autoria se
faz presente por meio da mão do artista. Aqui não é possível delegar, diferente
da sala dedicada às fotografias, onde a autoria é evidenciada pela via da
apropriação.
“Conrado se equilibra em duas vertentes. Na
pintura, exercita sua expressão, emoção e subjetividade”, explica a curadora
Maria José Justino. “A inclinação de Conrado pela fotografia e pela citação
busca explorar outras possibilidades que os novos meios emprestam à arte”.
Ao se apropriar de ideias e citações, o artista
alarga a fotografia e possibilita outro universo simbólico, novos sentidos a
serem habitados, segundo diz a curadora.
A mostra conta ainda com um painel de LED com
frases em movimento, que remete a locais públicos de grande circulação que
utilizam tal ferramenta de comunicação. Ao final, uma obra interativa convidará
o público a deixar contribuições para possíveis futuros trabalhos do artista.
Mais informações: 3350-4400 ou
www.museuoscarniemeyer.com.br
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