O Museu Oscar Niemeyer abre nesta
quinta-feira (1º), 19h, no Olho, a exposição “ZERO”, que traz pela primeira vez
ao Brasil uma visão geral, com enfoque temático, dessa vanguarda internacional
que no período pós-guerra - final da década de 1950 e início da década de 1960
- revolucionou a arte com pinturas seriais e vibrantes estruturas luminosas. A
entrada será gratuita.
São 24 obras de artistas da Europa e da
América do Sul que revelam os modernos modos de pensamento e de trabalho da
ZERO. O enfoque se dá nas relações entre artistas europeus, como Yves Klein,
Günther Uecker, Otto Piene e Hans Haacke, e sul-americanos, como Lucio Fontana,
Almir Mavignier e Jesús Rafael Soto.
O diálogo artístico da exposição “ZERO”
é ampliado ainda com as obras de Hércules Barsotti, Lygia Clark e Abraham
Palatnik (todos do Brasil), Gego (Venezuela) e Gyula Kosice (Argentina). “A
exposição reflete a mútua tomada de influências de artistas de ambos os
continentes e amplia esse diálogo em torno de abordagens sul-americanas
selecionadas que se aproximam formalmente do grupo ZERO”, aponta a curadora
Heike van den Valentyn.
O GRUPO - Nos anos 50, um grupo de
artistas alemães tentou criar um novo conceito artístico, ao proclamar o nascimento
da arte do pós-guerra no país europeu. Em praticamente uma década, o grupo se
transformou em um dos mais conceituados movimentos de vanguarda do século 20.
Otto Piene, Heinz Mack e Günther Uecker foram os nomes que marcaram o início
desta nova vanguarda.
ZERO designou um novo começo em termos
históricos e artísticos por ter deixado princípios da arte para trás. Em 1950,
na sequência de experiências opressivas da guerra e em distinção do
expressionismo abstrato europeu de pintura gestual, o informalismo, ZERO
elaborou conscientemente uma linguagem monocromática pictórica repleta de luz.
Desde o início, o grupo ZERO foi
concebido como rede internacional. A superação de fronteiras, tanto nacionais
quanto artísticas, teve importância central em uma Europa marcada pela guerra.
ESPAÇOS DE LUZ - Históricos espaços
centrais de luz estão sendo reinstalados especialmente para a exposição no MON
- ambientes de luz e espelhos formam as linhas mestras da exposição nos quais
os espaços temáticos são ligados como capítulos individuais: o branco como cor
da luz; a ideia de purificação de Yves Klein, que se manifesta em objetos
azuis; os objetos em movimento inseridos sob o conceito Dynamo, que vem
acompanhado do fenômeno da vibração e a inserção de elementos naturais, que
funde o espaço da arte com o espaço da natureza. “A imagem transforma-se em um
objeto, que põe o espectador em movimento e vice-versa. O próprio espectador
pode por em movimento o objeto da imagem ou mudar sua estrutura por meio de
contato. Dessa forma, são gerados relevos movimentados manualmente ou de forma
eletromecânica, que procuram crescentemente ocupar o espaço”, explica a
curadora.
ITINERÂNCIA - A exposição itinerante de
grande amplitude é realizada no âmbito da Temporada “Alemanha + Brasil
2013-2014” e conta com o decisivo apoio do Goethe-Institut, assim como do
Ministério de NRW y Pro Helvetia e patrocínio da Copel, Sanepar e Allianz. Após
permanecer no Museu Oscar Niemeyer, a mostra segue para a Fundação Iberê
Camargo, em Porto Alegre (de dezembro de 2013 a março de 2014), e depois para a
Pinacoteca do Estado de São Paulo (de abril a junho de 2014).
A curadoria da exposição é Heike van
den Valentyn e a coordenação geral do projeto é da gestora Cultural, Cristina
Sommer, e a coordenação do catálogo e montagem é de Violeta Quesada.
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