(ABr) - O vale-cultura deverá entrar em
vigor a partir de setembro, disse na noite desta segunda-feira (15) a ministra
da Cultura, Marta Suplicy, ao explicar o funcionamento do vale na Federação das
Indústria de São Paulo (Fiesp). Ela informou que pediu ao Ministério da Fazenda
que fossem inseridas nos incentivos fiscais concedidos pelo programa as
empresas que recolhem o Imposto de Renda com base no lucro presumido ou
simples, mas não foi atendida. Segundo a ministra foi mantida a regra de que
podem abater o valor gasto com o vale-cultura, em até 1% do imposto devido, as
empresas que recolhem a partir do lucro real, modelo usado por grandes
empresas.
“Eu gostaria muito que uma padaria ou
um cabeleireiro pudesse dar [o vale-cultura] para seus funcionários. A Fazenda
não permitiu neste momento ter incentivo fiscal para o lucro presumido e
simples”, ressaltou. Porém, o valor gasto com o vale não será tributado como
salário, o que pode, segundo Marta, facilitar a adesão mesmo entre as empresas
menores.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
disse que talvez nem mesmo com o abatimento algumas empresas se interessem em
aderir ao programa. “O pessoal do lucro real não está tendo muito lucro”, declarou.
No entanto, para a ministra, as empresas podem começar a participar do programa
concedendo o benefício a parte dos empregados que ganha menos e ampliar na
medida do possível. “Em vez de começar com quem ganha até cinco salários
mínimos, começa com quem ganha até dois [salários]”, exemplificou.
De acordo com Marta, o governo está
preparado para uma renúncia fiscal até R$ 300 milhões ainda este ano. Mas
ressaltou não ter certeza se adesão chegará a usar todo o recurso nos primeiros
meses de funcionamento do programa. “A gente está implantando um programa
completamente novo, que as pessoas não sabe ainda como funciona, que as
empresas vão ter de pensar se querem ou não”, disse.
A pesquisa de opinião feita pelo
ministério indicou, segundo Marta, que a maior parte dos 18,8 milhões de
trabalhadores que podem ser beneficiados pretendem usar o vale para ir ao
teatro. “O sonho de consumo é ir ao teatro”, declarou. Segundo ela, o benefício
será concedido por meio de um cartão magnético que poderá ser usado em
estabelecimentos que trabalhem principalmente com a venda de produtos
culturais, incluindo bancas de jornais.
A lei que cria o vale, no valor de R$
50,00 por mês, para trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos foi
sancionada no final de 2012. Falta agora a assinatura de um decreto
presidencial e a edição de uma portaria do ministério para regulamentar o
funcionamento do benefício. Foi elaborada ainda uma propaganda para TV para
divulgar o vale e incentivar a as empresas aderirem ao programa.
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