Em 1928, Oswald de Andrade apresentou
seu Manifesto Antropofágico, no qual exaltava a identidade e a criatividade
brasileiras por meio das suas manifestações culturais. O documento se tornou um
marco do Modernismo no Brasil e “Tupi, or not tupi that is the question” é uma
das muitas metáforas que compõem o manifesto.
Ser ou não ser brasileiro? A provocação
do Manifesto Antropofágico é o ponto de partida para a exposição promovida pelo
Museu Oscar Niemeyer (MON), a partir das 11h deste sábado (31), que exalta a
identidade brasileira por meio das suas manifestações culturais nas Belas
Artes.
A mostra ocupa duas salas expositivas e
diferentes espaços de circulação na área interna e externa do museu. Dividida
em 10 núcleos, apresenta uma leitura cronológica da produção artística em
diferentes momentos da história do Brasil - Modernismo, Estado Novo, Anos
Dourados, Anos de Chumbo e na contemporaneidade - destacando obras-chave na
construção da cultura brasileira nesses diferentes períodos nos campos das
Artes Plásticas, Artes Gráficas, Dança, Teatro, Música, Documentário,
Fotografia, Performance, Design, Arquitetura, Cinema, Televisão e Literatura. A
produção cultural do Paraná também é destacada em “Tupi or not Tupi”, deixando
visível a inserção criativa dos artistas locais no contexto nacional e o seu
diálogo com as tendências ao redor do mundo.
Com uma museografia de grande impacto
estético e simbólico – os núcleos expositivos serão organizados sob duas
grandes estruturas em forma de libélula, representando a liberdade da criação
artística - a apresentação dos conteúdos se dará por meio de obras originais,
vídeos, fotografias, documentários, filmes, maquetes e objetos. Uma inovação
importante desta mostra será a apresentação de holografias de atores no núcleo
dedicado ao teatro, além de outros recursos de realidade aumentada que permitem
a interação dos visitantes com as obras. Cada núcleo apresentará uma linha do
tempo com a contextualização do panorama artístico existente no Brasil e no
mundo nos períodos abordados na exposição.
Pinturas, esculturas e instalações de
referência na produção visual brasileira do século 20, dispostas em 16 módulos,
apresentam, em diálogo, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego
Monteiro, Portinari, Lasar Segall, Guignard, Cícero Dias, Flavio de Carvalho,
Pancetti, Victor Brecheret, Djanira, Iberê Camargo, Di Cavalcanti, Lygia Clark,
Helio Oiticica, Cildo Meireles, Tunga, entre outros. A produção paranaense está
representada por artistas como Guido Viaro, Theodoro de Bona, José Antônio de
Lima, Alfredo Andersen, Domicio Pedroso, Helena Wong e Miguel Bakun.
Fotos, vídeos e maquetes mostram um
panorama da arquitetura brasileira realizada nas principais capitais do País.
No vão-livre do museu serão colocadas estruturas verticais móveis que se
modificam conforme o deslocamento dos visitantes. A obra procura questionar a
relação de espaço, tempo e movimento na arquitetura contemporânea, e também a
relação humana com o espaço.
A exposição traz ainda diversas
surpresas, além das holografias, como performances, leituras dramáticas,
exibição de vídeos, instalações e arte interativa. Reproduções das capas da
revista de arte moderna Klaxon, por exemplo, formarão um grande tapete na rampa
do museu e o visitante poderá acessar - via smartphone e tablets - o conteúdo
digitalizado de cada número da publicação.
A curadoria geral da mostra é de
Consuelo Cornelsen e cada núcleo conta com uma curadoria adjunta. Sem dúvida é
uma grande oportunidade para conhecer a versatilidade e a importância da
produção artística brasileira.
A mostra “Tupi or not Tupi” fica aberta
à visitação até dia 21 de setembro, de terça-feira a domingo, das 10 às 18h. Os
ingressos custam R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Mais informações:
www.museuoscarniemeyer.org.br
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