O Museu Oscar Niemeyer (MON) inaugura nesta
quinta-feira (22), às 19h15, a mostra "Diáfano - Reflexos, Transparências
e Opacidade na Obra de Carlos Fajardo”, com curadoria de Henrique Xavier. Neste
dia é comemorado o aniversário do MON, com programação especial o dia todo e
entrada franca até 21h.
A exposição faz parte de um amplo projeto de
exposições e pesquisa sobre a obra de Carlos Fajardo, apresentando, sobretudo,
a produção mais recente do artista, inclusive uma obra foi criada especialmente
para a mostra.
As obras recentes, nove ao total, trabalham, sobretudo,
com um tipo de superfície muito especial: a reflexiva. São obras marcadas pelo
uso estético de vidros, espelhos e superfícies semirreflexivas, transparentes e
coloridas, as quais são combinadas não apenas entre si, mas também associadas a
fotografias de grandes dimensões, a feltros de lã de ovelha, a prata molda à
mão, a caixas e a estruturas tridimensionais.
Há, também, uma obra de luz, proveniente da
trajetória de mais de cinquenta anos de carreia do artista. Contudo, não se
trata de expô-la de maneira meramente histórica, mas de colocá-la com vida e
atualidade em tensão com o material novo.
A obra de Fajardo marca a contínua renovação de
uma trajetória que se inicia em 1966 e permanece até os nossos dias em um
constante diálogo com os caminhos mais ousados da arte contemporânea. “São
desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações; sendo, principalmente,
obras que possuem um tênue erotismo, pois lidam sutilmente com a presença, o
corpo e o desejo do espectador”, analisa o curador.
Por meio deste conjunto de materiais são
produzidas experiências capazes de brincar, duplicar e fundir espaço, cor,
arquitetura e a imagem dos próprios espectadores presentes na exposição.
As criações do artista serão dispostas
procurando interagir entre si e com o espaço ao seu redor, operando como uma
única grande instalação. Assim, o espectador não se depara apenas com uma série
de obras autônomas, uma ao lado da outra, mas com um conjunto coeso que reflete
a si mesmo em um diálogo com o ambiente, apropriando-se esteticamente do
próprio espaço do museu.
O ARTISTA - Carlos Alberto Fajardo frequenta o
curso de Arquitetura na Universidade Mackenzie, em São Paulo, entre 1963 e
1972. Na década de 1960, estuda pintura, desenho, comunicação visual e história
da arte com Wesley Duke Lee (1931 - 2010), e música contemporânea com Diogo
Pacheco (1925). Participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee, Nelson
Leirner (1932), Frederico Nasser (1945), Geraldo de Barros (1923 - 1998) e José
Resende (1945), em 1966, e torna-se co-editor do jornal Rex Time. Em 1970, com
Luiz Paulo Baravelli (1942), Frederico Nasser e José Resende, funda a Escola
Brasil. Estuda gravura em metal com Babinski (1931) e litografia com Regina
Silveira (1939). No início de sua trajetória, trabalha com diferentes técnicas,
realizando objetos, pinturas, colagens, desenhos e gravuras. A partir de 1981,
expõe trabalhos em pintura, constituídos por um conjunto de telas e de
superfícies em madeira pintada, apenas apoiados nas paredes da sala, criando
assim um espaço entre os dois planos. Passa a dedicar-se à realização de
esculturas em que explora questões como peso, gravidade ou sustentação da obra
no solo. Em 1987, recebe a Bolsa Ivan Serpa da Funarte e, em 1989, a Bolsa
Vitae de Artes. Desde 1996, leciona no departamento de artes plásticas da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP.
A mostra fica em cartaz até 28 de abril de
2019. A visitação pode ser feita de terça a domingo, das 10h às 18h. No dia da
abertura a entrada é gratuita; nos demais, custa R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia). Mais
informações: 3350-4400 ou www.museuscarniemeyer.org.br.
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