O Museu Paranaense abre nesta sexta-feira (23)
a exposição “Clubes Sociais Negros do Paraná”, que faz parte da programação do
Mês da Consciência Negra, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura. Na
abertura será encaminhado pelo coletivo dos seis clubes sociais negros do
Paraná o pedido de registro dos clubes como Patrimônio Cultural Imaterial do
Paraná à Coordenadoria de Patrimônio da Secretaria.
Os clubes sociais negros eram espaços de
convivência fundados entre a pós-abolição e os anos 50, destinados ao convívio
social e cultural das populações negras. O objetivo era o de agregar a
população negra e incentivar a inserção social e cultural desta população. Era
também espaço de discussão onde a comunidade afro buscava discutir situação do
negro na sociedade da época.
“O Mês da Consciência Negra acontece pelo
quarto ano consecutivo e realizamos ações pontuais e efetivas de valorização à
cidadania em combate a todo e qualquer tipo de discriminação”, afirma o
secretário estadual da Cultura, João Luiz Fiani. Segundo ele, a exposição,
assim como o pedido de registro como patrimônio imaterial do Paraná, é
importante para se manter essa memória de luta. “Nos clubes sociais negros,
além de um local de encontros sociais, se discutia a condição do negro na
sociedade da época, além de promover a inclusão social”, acrescentou.
O presidente do Conselho da Igualdade Racial,
Saul Dorval, afirma que a Secretaria da Cultura tem sido um importante parceiro
no reconhecimento da importância do papel do negro na sociedade. “Somos 28% da
população do Paraná e quando o poder público reconhece e apóia, como tem feito,
só nos ajuda a legitimar o papel histórico do negro na nossa sociedade”, disse
Dorval.
MAPA - Seis clubes, ainda em funcionamento,
foram mapeados com tais características no Paraná: Sociedade Operária e
Beneficente Treze de Maio, em Curitiba; Clube Literário Treze de Maio, em Ponta
Grossa; Clube Rio Branco, em Guarapuava; Clube Estrela da Manhã, em Tibagi;
Clube Campos Gerais, em Tibagi e Arol - Associação Operária e Recreativa de
Londrina.
Os salões supriam a necessidade do convívio
social, já que nos tradicionais clubes a presença dos negros não era bem
aceita. Tiveram também papel fundamental na construção social do negro e
permanecem na memória dos frequentadores como lugares que incentivaram a
formação da cidadania.
Hoje, funcionam como espaços de convivência
social, com a promoção de festas e eventos.
MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA - No mesmo dia, o
Museu Paranaense abre, no Jardim de Inverno, a exposição “Ero Ere: Artistas
Negras”. É um coletivo de artistas negras que trabalha com diferentes técnicas,
a valorização da arte e do vínculo ideológico, afetivo e ancestral, que ela
traz. As obras apresentadas nessa exposição são compostas por fotografias,
pinturas em acrílico sobre tela, cerâmica, assemblage e instalação têxtil.
Estarão expostas sete obras das artistas Claudia Lara, Elis Brasil, Fernanda
Castro, Kênia Cristina, Lana Furtado, Lourdes Duarte e Walkyria Novais.
O Museu Paranaense está situado na Rua Kellers,
289, São Francisco e pode ser visitado de terça a sexta-feira, das 9h às 17h30;
sábado, domingo e feriado, das 10h às 16h. Mais informações: 3304-3300 ou www.museuparanaense.pr.gov.br.
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