(ABr) – Maurício de Souza e Ziraldo,
dois dos escritores e ilustradores de maior alcance com o público infantil,
querem usar a internet para ampliar o número de leitores no país, por meio do
método Kumon de aprendizagem. Esse método de ensino foi criado na década de
1950, no Japão, pelo professor de matemática Toru Kumon, e estimula o aluno a
gostar de aprender e a se sentir seguro no processo de aprendizagem.
Ziraldo disse, em entrevista à Agência
Brasil, que é preciso fazer algo diferente para que a leitura seja um hábito
nacional. “Eu acho que se a gente não tomar providências para fazer um
movimento agressivo para transformar o Brasil em um país de leitores, a gente vai ficar nesse
rame-rame a vida inteira, botando todo ano uma legião de analfabetos no
mercado”, disse o escritor e ilustrador que será homenageado na 16ª Bienal
Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que será aberta no próximo dia 29.
Para ele, o ser humano só fica pronto
depois que sabe ler, escrever e contar (a história que leu). “Não adianta ter
os cinco sentidos e ser analfabeto”, argumentou. Ziraldo que acredita que ler
dá autonomia às pessoas.
A ideia de lançar um método Kumon de
leitura começou a ser alinhavada entre os dois ilustradores e consiste em usar
suas personagens principais - a Mônica, de Maurício de Souza, e o Menino
Maluquinho, de Ziraldo – em um programa de televisão educativo. “Nós vamos
inventar um jeito de usar o sistema online para poder fazer o brasileiro gostar
de ler. É um experimento. Temos que juntar os dois caras que lidam com a
criança no Brasil há mais tempo. O Maurício já sabe mexer com a televisão e eu
vou explorar a competência dele”.
Para o criador do Menino Maluquinho, a
escola brasileira não sabe ensinar as crianças a gostar de ler porque, em
geral, as próprias professoras não foram habituadas a ler quando crianças.
Ziraldo, no entanto, destaca que a educação no Brasil não chega a ser um
problema. Por isso, o objetivo dele e do criador da Turma da Mônica, com o
projeto do estilo Kumon, é colaborar para a formação de mais leitores no país.
“Se o cara não lê, não escreve e não conta, ele não pode ser educado. Não tem
condição”.
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