Se
parte de 2021 foi de portas fechadas para os museus, nos bastidores o trabalho
foi intenso, no sentido de manter o diálogo e as atividades culturais para os
diversos públicos de forma on-line. À medida em que as restrições foram
diminuindo e permitindo a reabertura, as instituições passaram a acolher o
público com exposições de grande interesse e variadas propostas.
MUSEU DE ARTE
CONTEMPORÂNEA -
Iniciativas como MAC de Casa (que apresenta obras do acervo), Outros Salões
(que traz um resgate histórico de curiosidades e informações sobre edições
anteriores do Salão Paranaense) e Arquivos do MAC (apresenta conteúdos a partir
de arquivos do Setor de Pesquisa e Documentação) movimentaram as redes e
aumentaram o número de seguidores e o alcance geral de público do Paraná e
outros estados do Brasil.
Em
maio, o reencontro presencial com o público foi marcado por uma grande mostra
individual da paranaense Dulce Osinski: “Verdeazul”.
Encerrando
o ano, o MAC Paraná inaugurou a mostra “Enquanto tudo queima”, reunindo
artistas do acervo do museu, artistas paranaenses convidados pela curadoria e
artistas franceses, que participam da mostra através de uma parceria com o
Consulado-Geral da França no Brasil.
Houve
também o lançamento oficial da 67ª edição do Salão Paranaense, que este ano
ocupa a cidade e a internet, além do próprio museu. O Salão teve início oficial
no dia 03 de dezembro, com performances e intervenções urbanas premiadas na
edição, além do lançamento de um site próprio do evento, apresentando todos os
artistas e, também, as obras digitais premiadas – uma novidade que veio para
conectar o mais antigo prêmio de arte contemporânea do Brasil com os debates
mais atuais da arte.
MIS-PR - Em 2021, o Museu da Imagem e do Som
do Paraná do Paraná inaugurou quatro novas exposições presenciais, além de duas
virtuais: As Histórias que o Museu Conta e Homenagem à Fotografia. Disponíveis
de modo permanente no site do Museu, atraíram do público de forma presencial
depois de vários meses fechado – quando foram mantidas as exposições passadas:
“Ilhas da Imaginação” e “Paraná Turismo”.
A
primeira mostra montada com a reabertura, em agosto, foi a do 14º Prêmio New
Holland de Fotojornalismo, composta por imagens selecionadas pelo júri, com
destaque para as premiadas. Em seguida, o MIS-PR apresentou “Lembranças dos
Anos 80/90”, aberta em setembro.
Em
outubro aconteceu a inauguração da terceira exposição, “Fragmentos: Teatro de
Bonecos Dadá”, com inspiração no livro de Dinah Ribas Pinheiro, que celebra os
50 anos da dupla, e que coloca em diálogo os bonecos com o acervo do próprio
MIS-PR.
A
mais recente, aberta em novembro, é “Imagens do MIS: Diálogos com o Tempo”,
baseada nas coleções de fotografia do museu, com o diferencial de que há
audiodescrição de todos os objetos, promovendo a inclusão.
MCAA - O grande lançamento do Museu Casa
Alfredo Andersen em 2021 foi a exposição “Dois Tempos, Um Mesmo Olhar”, que faz
comparações entre as obras de Alexandre Frangioni e Alfredo Andersen, artistas
separados por mais de um século. Por conta da pandemia, a mostra aconteceu
primeiro em versão on-line e, desde outubro, em versão presencial.
As
oficinas de pintura seguiram em formato on-line, atraindo estudantes de fora de
Curitiba. Ao longo do segundo semestre foram migrando para o formato híbrido,
até voltarem ao presencial. Como consequência, lives sobre pintura com artistas
contemporâneos foram promovidas no canal do MCAA no YouTube.
CJAP - Vinculado ao Museu Alfredo
Andersen, o Centro Juvenil de Artes Plásticas teve 40 turmas regulares em 2021
(15 no primeiro semestre e 25 no segundo), além de oficinas esporádicas
realizadas em parceria com outras instituições ou projetos, todas
disponibilizadas para alunos de todo Brasil. Destas, três são novas: Youtuber,
Cultura do Skate e Arte Urbana, em atenção às demandas estéticas das crianças e
jovens.
O
CJAP lançou o 3º Concurso Paranaense de Desenho, com o tema Bichos do Paraná,
partindo da icônica canção de João Lopes. O período de inscrições encerra em 4
de março de 2022.
MON - Ao longo de 2021, o Museu Oscar
Niemeyer realizou 14 exposições. São elas: Yutaka Toyota – O Ritmo do Espaço;
Fernando Velloso por ele mesmo; Japonésia, de Naoki Ishikawa; Schwanke, uma
Poética Labiríntica, A Travessia do Desastre, de François Andes; Radical, de
Sonia Dias Souza; Formas & Anjos: Obras de Kika Costa (1984-2021); Mens
Rea: A Cartografia do Mistério, de Mac Adams; África, Expressões Artísticas de
um Continente; Concursos como Prática: A Presença da Arquitetura Paranaense;
OSGEMEOS: Segredos; Afinidades; e Forma e Matéria, de Claudia Moreira Salles.
Na
última quinzena do ano, foi inaugurada a exposição “Labirinto da Luz”, de
Orlando Azevedo.
O
sucesso da exposição “OSGEMEOS: Segredos” fez com que o MON, pela primeira vez
em sua história, vendesse ingressos exclusivamente online, com visitação em
horários agendados. Em pouco mais de dois meses foram comprados aproximadamente
80 mil.
Em
2021, também foram promovidas duas exposições itinerantes, ambas na Região
Metropolitana de Curitiba: “Estruturas e Valores”, do artista paranaense
Antonio Arney, na Casa da Memória Manoel Alves Pereira, em Piraquara; e “O
Mundo Mágico dos Ningyos”, no Museu Atílio Rocco, em São José dos Pinhais.
Na
atual gestão, o acervo do MON foi triplicado, sendo composto hoje por cerca de
9.400 obras. Neste ano, o Museu Oscar Niemeyer recebeu a doação de uma das mais
importantes e significativas coleções de arte africana contemporânea, com
aproximadamente 1.700 obras, oriunda da Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY), de
São Paulo. Um recorte dessa coleção está em exposição na mostra “África,
Expressões Artísticas de um Continente”, de longa duração.
Em
novembro, o governador Carlos Massa Ratinho Junior autorizou uma exposição com
obras itinerantes do acervo do MON no Teatro Municipal de Cascavel. A iniciativa
deverá ser replicada em outras regiões do Estado.
MUPA - O ano de 2021 marcou a celebração
dos 145 anos de fundação do Museu Paranaense, o terceiro mais antigo do Brasil.
Projetos importantes foram desenvolvidos, como a continuidade do Edital de
Ocupação do Espaço Vitrine – programa lançado em 2019 que tem como objetivo
selecionar exposições de Artes Visuais, Design e Arquitetura em diálogo com as
disciplinas científicas da instituição.
Dentro
da ideia de pensar um acervo secular em conexão com o pensamento contemporâneo,
as novas aquisições não se limitam apenas a objetos, mas também ao patrimônio
imaterial, aos relatos culturais e experiências de vida. É o caso, por exemplo,
da coleta de depoimentos de mestres caiçaras e de imigrantes por meio de registros
audiovisuais produzidos pelo próprio museu.
O
ano no Mupa também foi marcado por importantes parcerias com instituições
renomadas, como a Fundação Joaquim Nabuco de Recife (PE), o Museu de Arte do
Rio de Janeiro (MAR-RJ) e o espaço cultural do BRDE – Palacete dos Leões,
mantido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul.
Em
setembro, foi lançado o web app “Jardim do Museu Paranaense”, uma ferramenta
que promove a preservação das espécies vegetais e de insetos e contribui para
uma experiência mais efetiva dos visitantes com a natureza, através de
informações sobre espécies botânicas e da fauna presentes no jardim do Mupa. No
mesmo mês, o Quinteto de Sopro da Orquestra Sinfônica do Paraná reuniu mais de
cem pessoas na área externa do museu.
Os
meses de novembro e dezembro ainda tiveram dois projetos de impacto. A
apresentação do solo de dança contemporânea “Entre Caboclos e Baianas”, do
bailarino quilombola Kunta Leonardo da Cruz; e o projeto “Retomada da Imagem”,
que colocou artistas indígenas contemporâneos frente a frente com o acervo
imagético do Museu.
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