O
Museu Oscar Niemeyer (MON) reabriu ao público com uma nova exposição: “Radical”,
primeira individual da artista Sonia Dias Souza, na Sala 1 do Museu. Com
curadoria de Agnaldo Farias, a mostra tem caráter imersivo e reúne fotografias
e instalações inéditas.
“O conjunto dos trabalhos propõe
introspecção, mas, simultaneamente, diálogo com o imaginário universal, num
dualismo instigante”, diz a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.
O
objetivo é compartilhado pela instituição. O Museu Oscar Niemeyer tem o
propósito de sensibilizar as pessoas pela arte. “Ao oferecer experiências múltiplas, como a apresentação do interessante
trabalho dessa artista, facilita ao espectador uma leitura mais plural sobre si
mesmo e sobre o mundo”, afirma Juliana.
Um
exemplo é a instalação “A Semente Que Somos”, trabalho composto por cerca de 3
mil sementes de flores de lótus desidratadas, unidas por finos fios de arame e
penduradas através de fios de pesca. As sementes foram escolhidas pela artista
em razão do seu simbolismo, por estarem ligadas ao processo da vida e de sua
superação.
“A beleza desta obra está em fazer refletir
sobre a flor de lótus, que brota destas sementes apesar do ambiente adverso em
que está enraizada, como a esperança que nasce do lodo”, acrescenta
Juliana.
As
muitas possibilidades de interpretação e a expansão de significados são marcas
registradas da artista, que recusa a temporalidade e a possibilidade de
perspectiva única em sua obra.
Os
trabalhos apresentados se desenvolvem em conexão, sobre a relação do homem
consigo e com seu entorno, sobre sua finitude, sua existência subjetiva como
parte da complexa estrutura que sustenta a vida. Todos foram concebidos como
janelas pelas quais encontramos possíveis acessos de novos sentidos e
alternativas para a solução dos conflitos, inquietudes e medos que nos afligem
nessa experiência da vida contemporânea.
O
título da exposição é inspirado pelo contraste entre a essência da natureza
humana e as manifestações do Universo, ambas presentes na sutileza da produção
de Sonia Dias Souza. “Radical” também traduz a noção de raiz como metáfora do
engajamento de qualquer ser vivo com sua própria evolução, algo presente em sua
busca.
A
artista acredita que o universo, em suas diferentes dimensões, do macro ao
micro subatômico, se organiza e se autorregula como uma composição de energias
que estão em movimento e fluxo constantes, acontecendo através de processos
interdependentes de interação e comunicação, do qual nós, humanos, somos parte.
“O mundo material que nos rodeia não é
diferente. É uma rede de padrões inseparáveis de relações e a nossa evolução
está na qualidade dessas relações”, diz Sonia.
O
trabalho apresentado reúne expressões plásticas de uma visão subjetiva de nossa
existência como fenômeno da complexa estrutura que sustenta o grande mistério
da vida. “Esta não é uma simples
exposição de obras de arte. Para sua individual no Museu Oscar Niemeyer, Sonia
Dias Souza preparou um ambiente único, um espaço projetado para tocar num ponto
essencial: nós e o mundo somos uma coisa só”, explica o curador Agnaldo
Farias.
SOBRE O MON - O Museu Oscar Niemeyer (MON)
pertence abriga referenciais importantes da produção artística nacional e
internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além da mais
significativa coleção asiática da América Latina.
No
total, o acervo conta com aproximadamente 7 mil peças, abrigadas em um espaço
superior a 35 mil metros quadrados de área construída, 17 mil deles de área
para exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina. Os
principais patrocinadores da instituição, empresas que acreditam no papel
transformador da arte e da cultura, são: Copel, Sanepar, Grupo Volvo América
Latina, Vivo e Moinho Anaconda.
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