sexta-feira, 1 de abril de 2022

Curitiba resgata Família Folhas para reforçar importância da sustentabilidade no século 21

Separar lata, papel, vidro e plástico tem trilha sonora em Curitiba, pelo menos na memória de quem já era mais crescido no início dos anos 1990. 

A música “Lixo Que Não É Lixo/Não Vai pro Lixo/SE-PA-RE” embalava os quatro personagens que fizeram história no imaginário curitibano e ajudaram a transformar a cidade em Capital Ecológica: a Família Folha, pioneira no Brasil a ensinar a importância de destinar corretamente os resíduos domésticos.

A Família e a música estão de volta – recicladas, renovadas e a serviço dos desafios do século 21.

Em um momento em que a responsabilidade de todos com a sustentabilidade ganha cada vez mais importância em todo o mundo, a Prefeitura de Curitiba procura engajar a população não só na ampliação da coleta de lixo reciclável como também nos programas que fazem da capital um exemplo no enfrentamento dos danos causados pelas mudanças climáticas.

A Família Folhas cresceu e vai incentivar e ensinar novamente todo mundo a separar direito o lixo, além de tomar outras atitudes em prol da sustentabilidade.

Resgatamos o histórico de Curitiba, trazendo de volta o pioneirismo e os resultados que nos transformaram aos olhos do mundo na Capital Ecológica”, diz o prefeito Rafael Greca.

Hoje os desafios conhecidos e documentados por instituições internacionais são muito maiores daqueles que se apresentavam nos anos 1990. Curitiba está fazendo e fará cada vez mais sua parte, em benefício da cidade e do planeta”.

POR QUE MELHORAR A SEPARAÇÃO? - A campanha que embala os programas de sustentabilidade tem a missão de recuperar o orgulho e ampliar a participação dos curitibanos em relação ao tema, incentivando a separar mais e melhor o que for efetivamente reciclável.

Curitiba sempre foi considerada uma cidade de vanguarda na área do Meio Ambiente e desenvolve uma série de ações e programas de grande impacto – como é o caso da Pirâmide (usina) Solar do Caximba e da ampliação da instalação de painéis fotovoltaicos pelo município, do desafio de plantio de árvores, da nova diretriz para ônibus elétricos no transporte coletivo, entre outras ações.

A reciclagem faz parte desse conjunto importante de medidas, tendo impacto significativo na redução de resíduos encaminhados aos aterros sanitários.

Hoje, Curitiba encaminha 52 mil toneladas por mês de resíduos domiciliares e da limpeza urbana para o aterro sanitário de Fazenda Rio Grande, que recebe os resíduos também dos outros 23 municípios que fazem parte do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos (Conresol).

Com a reciclagem, deixamos de encaminhar alguns materiais para os aterros, aumentando a sua vida útil. Ao voltar para a cadeia produtiva, os recicláveis também ajudam a economizar recursos naturais, além de água e energia que seriam usados na produção”, diz a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias.

Saiba como separar e destinar corretamente o Lixo que Não é Lixo

Nem todo resíduo é rejeito e separar direito esse material para descarte é fundamental para melhorar a sustentabilidade de uma cidade.

Lata, papel, vidro e plástico não devem ir para o lixo comum

Até pouco tempo atrás, isopor não podia ser reciclado. Agora pode, virou Lixo que Não é Lixo.

A separação correta – aquele trabalho que todos devemos fazer em casa – desses resíduos é fundamental para que eles possam ser reaproveitados.

Um dos cuidados é evitar a contaminação. Portanto, eles precisam estar com menos de água, gordura ou restos de alimentos possível.

A separação é bem mais simples do que se imagina, bastam alguns cuidados”, resume a gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Leila Maria Zem.

O QUE SEPARAR - Basicamente, há duas categorias essenciais de lixo: o úmido e o seco. Eles precisam ser acondicionados em embalagens distintas umas das outras, para melhorar a eficiência do processo.

O lixo úmido é o formado por restos de comida e rejeitos de banheiro, principalmente. Parte dos restos de comida podem ser destinados à compostagem – e, portanto, ter outra utilidade.

Lixo úmido deve ser acondicionado em sacos pretos para ser enviado à coleta comum. Já o lixo seco é aquele composto basicamente por embalagens, que devem ser livres de contaminação (portanto, precisam estar limpas) antes de ser enviado para coleta. O material deve ser acondicionado em sacos coloridos (outra cor que não seja a preta) ou, ainda, em caixas de papelão.

QUE HORAS DESCARTAR? - Tanto o lixo domiciliar comum quanto o reciclável devem ser colocados na lixeira para recolhimento nos horários próximos da passagem dos caminhões de coleta - as duas têm dias e horários distintos e por região.

Isso evita, por exemplo, que um animal revire o material e suje a rua (o que, de quebra, pode atrair bichos como ratos e baratas).

Cada região tem os seus dias e horários específicos de coleta. Está em dúvida de quando passa na sua casa? Consulte o site (coletalixo.curitiba.pr.gov.br).

Isso é importante, vale reforçar: horário próximo tem de ser próximo! Se a coleta passa à noite, por exemplo, nada de colocar o lixo de manhã ou cinco horas antes.

PRECISA LIMPAR - As embalagens do lixo reciclável não devem estar com restos de comida ou sujos ao serem encaminhadas para reciclagem.

Se não estiver limpo, o material perde seu valor comercial – além de atrair vetores de doenças (como ratos) e causar mau cheiro.

Portanto, é preciso limpá-lo. O material pode ser limpo no momento de lavar a louça, aproveitando a água que já seria utilizada.

Não precisa passar esponja com detergente; tirar os excessos com água já resolve. O excesso também pode ser retirado com um guardanapo já utilizado

E se for de papelão? Claro, não dá pra lavar, mas é preciso raspar os restos de comida, molho etc.

Itens como remédios ou produtos de limpeza requerem atenção especial.

 

RECICLA OU NÃO RECICLA? - Um guia rápido para os materiais mais comuns:

CAIXA DE PIZZA - Recicla. Mesmo a parte engordurada pelo queijo e pelo azeite? Sim, esse tipo de “sujeira” não prejudica o processo de reciclagem. Mas é importante evitar que restos da pizza vão junto com o material, porque os alimentos vão contaminar o material e atrair vetores durante o armazenamento. Isso vale para outros tipos de caixas de papelão também.

CAIXA E SACOLA DE PLÁSTICO - Recicla. Depois de retirar todo o resíduo de alimento do recipiente plástico, ele pode ser destinado ao lixo reciclável.

EMBALAGEM DE ISOPOR - Recicla. Assim como acontece com o plástico, é preciso retirar todo o resíduo das embalagens de isopor e destiná-las limpas e secas.

MARMITA DE ALUMÍNIO - Recicla. Mantém-se o cuidado de retirar bem os resíduos de alimentos para destinar as marmitas de alumínio para reciclagem. 

TALHER DESCARTÁVEL - Recicla. Mas, sempre que possível, reutilizar.

GUARDANAPO E PAPEL TOALHA - Pode reciclar, desde que estejam limpos. Se forem usados apenas para secar água, por exemplo, assim que secarem, podem ser destinados à reciclagem. Mas aqueles que foram usados e estão com gordura e outros tipos de sujeira devem ir para o lixo comum.

EMBALAGENS DE REMÉDIOS - Uma parte recicla, outra não. As caixinhas de papel que servem de embalagem devem ser encaminhadas para reaproveitamento. Já as cartelinhas de comprimidos vazias e os vidros ou tubinhos de plástico de remédio não podem ir para a reciclagem, já que contém resquícios de produtos químicos. Muitas farmácias têm locais específicos para receber esse material. No sistema do município, o descarte deve ser feito no caminhão do Lixo Tóxico (veja o cronograma no site https://coletalixo.curitiba.pr.gov.br/lixo-toxico). Nunca descartar o conteúdo de remédio no lixo comum.

PRODUTOS DE LIMPEZA E HIGIENE - Embalagens de papelão, metal e plástico que tenham sido adquiridas com estes produtos podem ser separadas e encaminhadas para a reciclagem desde que não haja nenhum resíduo que, em geral, contém componentes químicos. Ou seja, limpar bem antes de encaminhar.

LIXO ELETROELETRÔNICO - Monitores, computadores, notebooks, aparelhos de TV, fax, de telefonia fixa, celulares, entre outros equipamentos sem uso ou estragados são encaminhados corretamente por meio de mutirões de recolhimento mensais realizados pela Secretaria do Meio Ambiente. Resíduos deste tipo podem, ainda, ser apresentados à coleta do Lixo que Não É Lixo (um item) ou levados aos Ecopontos mistos (são 11 na cidade). Três regionais da cidade também instalaram pontos fixos para coleta: Boqueirão, Tatuquara e Cajuru. O material é encaminhado a associações do Ecocidadão, que fazem a separação correta. Eletroeletrônicos descartados de maneira incorreta ou em aterros sanitários podem causar poluição ambiental em função de seus componentes tóxicos.

EMBALAGENS DE SALGADINHO – Recicla. Apesar de ser complicado, em função de envolver vários tipos de plástico, é possível encaminhar para a separação, sim. O mercado não é muito receptivo ao produto, mas assim como com o isopor, podem aparecer novas tecnologias para facilitar e popularizar a reutilização do material.

ÓLEO DE COZINHA – Recicla. Óleo usado em frituras, de origem animal ou vegetal, pode ser encaminhado para a coleta seletiva ou para o Câmbio Verde, com o líquido bem acondicionado em garrafas pet. Ecopontos e caminhões do Lixo Tóxico também recebem o resíduo.

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