Após
48 vídeos e sete meses de trabalho, chega ao fim o projeto “Eu Também sou
TodoMundo”, iniciativa dos atores da edição 2020 do Teatro de Comédia do Paraná
(TCP) e do Teatro Guaíra. O grupo discutiu virtualmente temas como amizade,
amor e morte a partir da peça homônima do americano Branden Jacobs-Jenkins.
A
peça “TodoMundo!” seria apresentada em março e abril e faria parte da temporada
2020 do TCP antes de as atividades do Teatro Guaíra terem sido suspensas em
função da pandemia do coronavírus. Esta edição tem a direção de Rodrigo
Portella, um dos mais renomados dramaturgos de sua geração, com mais de 150
premiações, incluindo o prêmio Shell de melhor direção.
DOSSIÊ - Depois de dois meses de intenso
processo criativo, o elenco e equipe técnica da peça “TodoMundo!” estavam
ansiosos para estrear a peça na abertura do Festival de Teatro de Curitiba. No
entanto, as atividades foram suspensas em função da pandemia. Para uma montagem
complexa como é “TodoMundo!” isso poderia significar que o esforço dos últimos
meses teria sido em vão.
O
elenco criou então o projeto virtual “Eu Também sou TodoMundo” a partir de
reflexões feitas por Jacobs-Jenkins na peça. Um projeto
experimental/poético/filosófico/pandêmico/documental que de abril a outubro
produziu, junto ao Teatro Guaíra, 48 vídeos que nasceram das reuniões semanais
do elenco. Ao todo foram 88 horas de ensaio e discussões via Zoom que abordaram
principalmente o tema “TodoMundo!” durante este momento tão atípico em que todo
mundo é mesmo o mundo todo.
A
equipe contou com 12 atores, um editor e uma tradutora de libras, além da
participação voluntária de 43 pessoas desde a comunidade surda, de cegos e de
baixa visão até a comunidade acadêmica e artística.
Dos
encontros semanais, da captação das imagens feita pelos atores em suas casas,
dos depoimentos e relatos muitas outras questões se desdobraram sobre
humanidade, inclusão e representatividade. Além disso, o grupo também discutiu
como se dão processos artísticos a distância, até que ponto a tecnologia nos
aproxima e até que ponta ela nos afeta e afasta.
O
“Dossiê TodoMundo!” manteve nestes meses
a criação e união deste elenco heterogêneo, em que cada ator também foi
roteirista, editor, redator, músico e, como não poderia deixar de ser, um
artista que tenta entender o mundo a sua volta e traduzi-lo em arte.
A
ação é uma parceria do Governo do Estado, Secretaria da Comunicação Social e da
Cultura e Centro Cultural Teatro Guaíra.
TCP - O Teatro de Comédia do Paraná (TCP)
foi reativado em 2016 e desde então foram apresentadas as peças “O Homem
Desconfortável”, “Hoje é Dia de Rock”, indicada ao prêmio Botequim Cultural nas
categorias de melhor direção e figurino, e “Papéis de Maria Dias”.
Foi
criado em 1963 com a finalidade de orientar e coordenar as atividades teatrais
do Centro Cultural Teatro Guaíra. O primeiro diretor do grupo foi Cláudio
Correa e Castro que montou “Um Elefante no Caos”, de Millôr Fernandes. No
elenco estavam Paulo Goulart, Nicete Bruno, Lala Schneider, Sale Wolokita,
Manuel Kobachuk, José Maria Santos e Joel de Oliveira. A partir de 1964, o TCP
atuou até os anos 2000 e chegou a produzir até cinco espetáculos em apenas um
ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário