segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Museu Paranaense traz mostra em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco

Em uma primeira ação da inédita parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com sede em Recife (PE), uma das mais importantes instituições culturais brasileiras, o Museu Paranaense (Mupa) apresenta ao público a exposição Educação pela Pedra. Com curadoria de Moacir dos Anjos, a mostra tem como eixo temático o centenário de nascimento do escritor e poeta recifense João Cabral de Melo Neto e reúne trabalhos que, juntos, investigam os afetos canalizados pelos versos do poema que dá nome à exposição, escrito por João Cabral em 1966.

Participam da mostra os artistas Oriana Duarte, Marcelo Moscheta, Jonathas de Andrade, Jimmie Durham, Cinthia Marcelle, Traplev, Agrippina Manhattan, Louise Botkay e Randolpho Lamonier. A nova montagem da exposição no Mupa contou com uma ampliação. Fará parte da mostra a música “If you hold a Stone” (“Marinheiro só”), de Caetano Veloso, lançada em 1971 em homenagem a Lygia Clark e sua série de proposições que tinham em pedras um componente ativador central, incluindo a obra Pedra e ar.

Por conta da pandemia, o museu fará, a partir de 30 de novembro, diversas ativações virtuais da exposição por meio de suas redes sociais e site, até que seja possível abrir o Mupa para visitação, com a adoção de medidas de segurança para o público e corpo técnico.

A diretora do museu, Gabriela Bettega, e Mario Helio Gomes de Lima, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundação Joaquim Nabuco, são unânimes ao falar sobre a iniciativa. Embora pareça, e seja, uma das ousadas e raras oportunidades de conexão Norte-Sul no Brasil, traz algo mais. “A oportunidade de uma parceria mais ampla. Que começa já pela prática, mostrando que quando há vontade efetiva de realização as políticas públicas de cultura funcionam”, afirma Gabriela.

 

CURADORIA - Moacir dos Anjos é pesquisador e curador da Fundação Joaquim Nabuco. Foi diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife, e curador do Pavilhão Brasileiro da 54ª Bienal de Veneza (2011) e da 29ª Bienal de São Paulo (2010). Foi curador das mostras Cães sem plumas (2014, Mamam), A queda do céu (2015, Paço das Artes), Emergência (2017, Galpão Bela Maré), Quem não luta tá morto, Arte democracia utopia (2018, Museu de Arte do Rio), Bandeiras da Revolução (2017) e Raça, Classe e distribuição de corpos (2018), as duas últimas na Fundação Joaquim Nabuco. Publica regularmente em revistas acadêmicas e catálogos de exposição. É autor dos livros “Local/global. Arte em trânsito” (2005), “ArteBra crítica” (2010) e “Contraditório. Arte, globalização e pertencimento” (2017).

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