O
artista plástico Pedro Goria é o convidado para a reabertura das salas de
exposições do Museu da Gravura, no Solar do Barão. O espaço esteve
temporariamente fechado em decorrência da pandemia da covid-19.
Denominada
“O Ilusionista”, a mostra é uma retrospectiva dos últimos 20 anos de carreira
do gravador, desenhista e pintor paulista, há 50 anos radicado em Curitiba. A
visitação estará aberta a partir desta quinta-feira (29).
Também
no Museu da Gravura, na mesma data, o grupo Clube da Colagem apresenta a
exposição “A Imagem Retroalimentada”. São 28 trabalhos dos artistas Alan
Amorim, Bonju Coelho e Mário de Alencar.
Em
suas criações, eles fundem a colagem a outras alternativas estéticas, trazendo
novo sentido a tradicionais técnicas de impressão. A iniciativa tem o suporte do
Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba.
O ILUSIONISTA - Goria cuidou pessoalmente da
montagem da exposição, que reúne 25 trabalhos dispostos em três estações, cada
uma correspondente a uma fase do artista. Em todas elas, referências a mestres
da pintura ocidental como Goya e Rembrandt.
Na
primeira está “Genoma”, coleção de litogravuras, gravuras em metal e criações
com técnicas alternativas que revelam interesse pelo passado, particular e
coletivo. A busca das origens refletiu o momento em que, na virada do século
20, o mundo começava a discutir sobre clonagem celular e terapias genéticas.
“É uma visão nova sobre a sacralidade”,
conta Goria sobre o tema que começou a estudar na juventude, com os artistas
Andrade Lima e Alberto Massuda.
Representando
uma fase posterior do artista estão os trabalhos reunidos sob o tema “Goyescas”,
numa alusão ao pintor espanhol Francisco Goya. São gravuras em metal em que o
artista expõe seu lado visceral e a preocupação em lidar com a morte e a
solidão, contudo, sob atmosfera lírica ou onírica. Por último vêm os desenhos
e, produzidas na pandemia, as pinturas em óleo sobre tela.
REENCONTRO COM OS
PINCÉIS - A
coincidência da imersão na pintura durante a necessidade de isolamento social,
conta, foi uma metáfora do processo de reclusão que vinha observando nele
próprio e nas pessoas de modo geral antes de 2020.
“O ser humano opta pela reclusão, mesmo sem
se dar conta, ao se voltar para si próprio. Como artista, foi um recolhimento
necessário para pintar, meu objetivo na juventude, mas que acabou me levando
para o desenho e, depois, para a gravura”, explica Goria.
Segundo
Goria, que tem mais de 40 anos de carreira e foi professor de Gravura e de
Desenho na Escola de Música e Belas Artes (Embap) durante 30 anos, a exposição
revela sua obsessão permanente pelo resgate do idealismo por meio da magia
criativa da arte. “O idealismo é o que
move o jovem artista e a magia é o que ele busca quando, na maturidade, precisa
impregnar de emoção a sua arte. Nesse momento tão árido, artista e público
precisam muito dessa forma de escape”, diz.
ATRAÇÕES DIVERSIFICADAS
NO SOLAR - Quem for
ao Solar do Barão para visitar a mostra de Pedro Goria e do Clube da Colagem
também poderá aproveitar para passar na Gibiteca e visitar as exposições “Álbum
do Zequinha” e “Viajante Ilustrado”.
O Museu da Gravura está
situado na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, Centro, e tem entrada grátis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário