O
Museu Paranaense (Mupa) irá promover na próxima segunda-feira (19), a partir
das 17h, um debate online sobre o documentário "A Maravilha do
Século" (2019), que retrata a vida do monge João Maria, também conhecido
como São João Maria. O encontro vai contar com a participação da diretora do filme,
Marcia Paraiso, e dos pesquisadores Alexandre Karsburg e Tânia Welter. O debate
será mediado pela arqueóloga do Mupa, Claudia Parellada e terá transmissão ao
vivo no canal do Mupa no YouTube.
O
público interessado poderá assistir ao documentário na íntegra e gratuitamente
entre os dias 16 e 18, período em que o material será disponibilizado neste link. A senha de acesso é:
saojoaomaria. A temática do documentário está relacionada com o evento que o
Museu promoveu em março, com foco nas benzedeiras paranaenses.
“O debate será uma ótima oportunidade para que
os interessados na figura do monge João Maria possam conhecer mais aspectos de
sua vida, bem como entender os outros contextos nos quais ele é cultuado. A
atividade dá continuidade às ações desenvolvidas pelo Mupa que, em 2021, tem
como eixo norteador a cultura popular”, afirma a gestora de conteúdo do
Museu, Giselle de Moraes.
Para
a diretora do Mupa, Gabriela Bettega, a perpetuação da memória oral que
reverencia uma fé livre dos dogmas tradicionais é de enorme importância para se
recuperar a memória da história.
DOCUMENTÁRIO – Em 1861, o italiano Giovanni Maria
de Agostini foi fotografado em Havana, Cuba, sendo o primeiro registro
fotográfico que se tem notícia sobre ele. A foto circulou pelas ruas em forma
de cartão postal e foi batizada como “A Maravilha do Século”. Agostini poderia
ter passado despercebido por seus feitos aventureiros de andarilho das Américas
se não fosse a tradição religiosa que iniciou.
A
documentarista Marcia Paraiso ouviu falar de João Maria – como é conhecido
pelos caboclos do planalto de Santa Catarina – quando filmava pela região.
Chamado de “profeta”, “monge” ou “São João Maria”, a forma como seus seguidores
perpetuam uma memória oral que reverencia uma fé simples, distante dos dogmas
da Igreja tradicional, próxima aos conhecimentos relacionados às ervas e
respeitando a natureza, fez com que ela se interessasse em contar sua história.
Filmado
nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e ainda no
México, Peru, Cuba, Estados Unidos e Itália, “A Maravilha do Século” reúne
espiritualidade e materialidade – provas da passagem de Agostini pelo mundo.
Conheça os convidados:
MARCIA PARAISO - Mestre e graduada pela Universidade
Federal Fluminense (UFF), atua no audiovisual desde a década de 90. Em 1994 foi
cofundadora da produtora Plural Filmes, de conteúdo audiovisual independente.
Como diretora e produtora, possui um catálogo de realizações que privilegiam
documentários com temáticas relacionadas à cultura popular, populações
tradicionais e questões agrárias, e títulos abordados na ficção que vão
ao encontro dessa coerência ideológica.
Desde
2013 tem se dedicado a levar para o formato audiovisual temas relacionados às
populações caboclas de Santa Catarina e sua invisibilidade, assim como a
Guerra do Contestado.
Entre
seus trabalhos, dirigiu e roteirizou o longa de ficção “Lua em Sagitário” em
2015 – vencedor do prêmio Ibermedia e realizado em coprodução com a
Argentina; a série “Submersos”, de 2020, uma coprodução com a Paramount
Channel Brasil (13 episódios, 1 hora), também uma coprodução com a
Argentina; e os longas documentários “Terra Cabocla” (2015), “A Maravilha do
Século” (2019) e “Sobre Sonhos e Liberdade” (2020) – uma coprodução com
Portugal e Canal Curta). Foi também diretora das séries “Invenções da Alma”
e “Visceral Brasil – As Veias Abertas da Música”.
ALEXANDRE KARSBURG - Doutor em História Social pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É professor de História no
Departamento de História da Universidade Federal de Santa Maria. É autor do
livro "O Eremita das Américas: a odisseia de um peregrino italiano no
século XIX" e foi consultor histórico do documentário: "A Maravilha
do Século" (Plural Filmes, 2019).
TÂNIA WELTER - Doutora em Antropologia Social pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com estágio na Universidade Nova
de Lisboa (UNL, Portugal), Mestre em Antropologia Social (UFSC), Especialista
em Educação Sexual (Udesc) e Licenciada em Ciências Sociais (UFSC). Realizou estágio
pós-doutoral em Ciências Humanas e em Antropologia Social na UFSC e atuou como
pesquisadora convidada na Universidade Livre de Berlim, Alemanha. Sócia-fundadora
e presidente do Instituto Egon Schaden (IES/ 2020-2022). Atuou como professora
na graduação e pós-graduação em diversas universidades de Santa Catarina e na
educação básica da Rede Pública do Estado de Santa Catarina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário