O
Itaú Cultural lançou nesta segunda-feira (21), “Transversalidade da Memória”,
plataforma que busca reunir profissionais e pesquisadores do campo da memória,
para trocas de experiências e informações na área. Neste dia – e até às 9h do
dia 23 (quarta-feira) –, o público terá disponível no site da instituição (www.itaucultural.org.br) o documentário
“Esse Viver Ninguém me Tira”, sobre Aracy Moebius de Carvalho, esposa do
escritor Guimarães Rosa, dirigido por Caco Ciocler. Às 17h, o ator e diretor
participa do debate de lançamento da plataforma, que reúne também Vilma Santos
e José Eduardo Ferreira Santos, fundadores do Acervo da Laje, e Ricardo
Brazileiro, pesquisador de tecnologias. A mediação é de Tatiana Prado, gerente
de Memória e Pesquisa do Itaú Cultural.
A
partir do dia 21, o “Transversalidade da Memória” estará aberto à participação
do público. Os interessados poderão inscrever-se para acompanhar a plataforma,
que também contará com conteúdos e atividades.
O
debate de lançamento reúne profissionais que trabalham ou desenvolvem projetos
com base a memória. É o caso de Vilma Santos e José Eduardo Ferreira Santos, do
Acervo da Laje, espaço cultural da periferia de Salvador, na Bahia, que
funciona como biblioteca e museu, recolhendo artefatos, documentos e livros que
contam a história da região em que atua. Comunitário, o espaço elabora práticas
de entendimento do que é importante ser guardado pela comunidade e do que
significa criar um ambiente institucionalizado para resguardar a cultura de
todos.
Já
Ricardo Brazileiro, que é mestre em ciência da computação pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), trata da relação dos saberes tradicionais com a
tecnologia. A partir de então, questiona de que forma os arquivos devem ser
guardados, como é possível comunicar dados, com qual infraestrutura e com quais
softwares.
O
ator e diretor Caco Ciocler, por sua vez, vem trabalhando com a memória em
projetos tanto no cinema quanto na literatura. Ele é autor do livro “Zeide: a
Travessia de um Judeu entre Nações e Gerações”, e dirigiu o documentário “Esse
Viver Ninguém me Tira”, sobre a trajetória de Aracy Moebius de Carvalho
(1908-2011), esposa do escritor Guimarães Rosa.
MEMÓRIA NA TELA - Disponível para ser assistido pelo
público de 21 a 23 e de setembro (segunda-feira a quarta-feira), marcando o
lançamento de “Transversalidade da Memória”, o filme “Esse Viver Ninguém me
Tira” é a estreia de Ciocler na direção. A produção reúne entrevistas com
Eduardo Tess, filho de Aracy com Johannes Edward Ludwig Tess, o político Plínio
de Arruda Sampaio (1930-2014), amigo de Eduardo, e a jornalista Eliane Brum.
Nascida
no Paraná e criada em São Paulo, Aracy Moebius foi morar na Alemanha em 1934,
quando separou-se do seu primeiro marido, aos 26 anos. No país, trabalhou no
setor de passaportes do consulado brasileiro em Hamburgo, onde, contradizendo
as indicações do Itamaraty para impedir a ida de judeus ao Brasil, concedeu
vistos a dezenas deles, livrando-os da perseguição do nazismo instaurado por
Adolf Hitler entre 1934 e 1945. Por isso, ela passou a ser chamada de O Anjo de
Hamburgo.
Foi
em 1938 que Aracy conheceu Guimarães Rosa, o recém-chegado cônsul-adjunto.
Casaram-se em 1942, no México, e ficaram juntos até a morte do escritor, em
1967.
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