A
primavera começa às 10h31 desta terça-feira (22 de setembro) e termina às 07h02
de 21 de dezembro. Segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento
Ambiental do Paraná), o primeiro dia da estação será ensolarado em quase todo o
Estado. O tempo fica nublado apenas em Curitiba e Região Metropolitana, no
Norte Pioneiro, nos Campos Gerais e no Sudeste. Há previsão de chuva no
Litoral. As temperaturas devem variar entre 4 ºC em Rio Negro e 29 ºC em
Umuarama, Guaíra e Foz do Iguaçu.
Segundo
o coordenador de Operação do Simepar, meteorologista Marco Jusevicius, o
fenômeno La Niña será o principal drive climático na primavera do Hemisfério
Sul, com intensidade variando de fraca a moderada. Ela provoca o resfriamento
das águas do Oceano Pacífico Equatorial, alterando os padrões climáticos.
No
início da estação, as temperaturas apresentam maior amplitude térmica – a
diferença entre os valores mínimos e máximos diários – a qual tende a diminuir
com a aproximação do verão. A temperatura média do ar deve manter-se próxima ou
ligeiramente acima da normal climatológica. Estão previstas grandes variações
em períodos curtos, causadas pelo rápido deslocamento de frentes frias e
tempestades intensas, características da estação no Estado.
São
esperados períodos prolongados sem chuva semelhantes aos ocorridos no outono e
no inverno deste ano. “As chuvas devem
aumentar progressivamente, mas os volumes ficarão próximos ou abaixo da normal climatológica, com
distribuição espacial muito irregular”, afirma o meteorologista.
Os
eventos meteorológicos severos - como fortes rajadas de ventos, granizo e
muitos raios - só podem ser detectados em curto prazo. Para receberem alertas
por SMS, os interessados podem cadastrar-se na Defesa Civil Estadual enviando
uma mensagem para o número 40199 com o número do seu CEP (Código de
Endereçamento Postal).
ESCASSEZ HÍDRICA – O cenário climatológico indica a
permanência da crise hídrica no Paraná. O Simepar faz o monitoramento
hidrológico, que é o acompanhamento em tempo real das condições das 200 bacias
hidrográficas paranaenses.
Para
tanto, utiliza alta tecnologia: uma rede telemétrica de 120 estações, antenas
de recepção de uma constelação de satélites e três radares instalados em
Teixeira Soares, Cascavel e Curitiba.
Os
dados são coletados em medições horárias e sub-horárias das chuvas,
temperaturas e vazões dos rios. Na sequência, são integrados e processados por
sistemas computacionais, gerando produtos geo-espaciais. Após análise dos dados
atuais e históricos, os meteorologistas emitem uma previsão tradicional para
até 15 dias e outra climática sazonal, atualizada mensalmente. Além disso, são
feitas estatísticas dos quantitativos de chuvas e desvio das médias
climatológicas. As informações são compartilhadas no Monitor de Secas do Brasil
e na Sala de Crise da Região Sul.
INCÊNDIOS – O Simepar também monitora
incêndios, queimadas e focos de calor. O Sistema VFogo detecta essas
ocorrências em grandes extensões territoriais e áreas específicas. É possível
identificar o momento e o local em que o evento teve início, sua evolução,
propagação, direção, sentido, intensidade e extinção, bem como o tipo de
vegetação - floresta, arbustos, pastagem e agricultura. Os dados são
atualizados a cada dez minutos.
“Na primavera e no contexto da estiagem, o
baixo teor de umidade da vegetação favorece a combustão, a ignição e a
propagação de incêndios”, explica o pesquisador e coordenador de Inovação
do Simepar, Flavio Deppe. Segundo ele, o VFogo possibilita o lançamento de
alertas em tempo quase real.
A
ferramenta emprega três tecnologias convergentes nas ciências ambientais:
sensoriamento remoto por satélites de alta resolução temporal e espacial,
processamento de alto volume de dados geo-espaciais em diferentes formatos (Big
Data) e modelos matemáticos de análise e aprendizagem gerados a partir de
técnicas de inteligência artificial. Combina diversas camadas de informações em
interface webgeo com suas típicas funcionalidades, como escala, zoom e pan.
As
imagens de uma mesma área são apresentadas em diferentes modos de composições.
O modo “true color” ou “visível” evidencia a fumaça. O modo “infravermelho”
destaca as temperaturas mais altas. Já o modo “fusion” faz uma fusão de ambos
para realçar os pontos de fumaça, fuligem e particulados.
AGRICULTURA – “A previsão de uma primavera mais seca neste ano devido à influência de
La Niña é preocupante para a agricultura”, diz a agrometeorologista do
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Heverly Morais. Segundo ela, as
culturas de soja, milho e feijão podem ser impactadas pela estiagem prolongada.
Como
estratégia de proteção, Morais recomenda escalonar a semeadura em talhões com
cultivares de ciclos diferentes. Também sugere começar a semeadura no período
adequado, não utilizar população de plantas superior à indicada, plantar
sementes de boa qualidade e cultivares adaptadas à região, mantendo o
equilíbrio nutricional das plantas.
“Como os veranicos são recorrentes durante as
safras no Paraná, convém incluir no planejamento agrícola a tecnologia da
rotação de cultura com plantas de cobertura em sistema de plantio direto”,
afirma. Segundo ela, essa técnica melhora os atributos físico-químicos do solo,
favorece o aumento de infiltração de água e aprofunda as raízes, além de
reduzir a temperatura e a evaporação em períodos de estiagem fraca ou
moderada”.
Confira aqui tabela com valores das médias históricas de
chuva (faixa de variação), temperatura mínima e temperatura máxima para cada
região do Paraná nos meses de outubro, novembro e dezembro.
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