Cidadãos
curitibanos e pesquisadores de todo o Brasil podem acessar documentos,
fotografias, decretos municipais, mapas e plantas históricos da cidade de
Curitiba. Para ter acesso ao acervo histórico da Prefeitura, basta fazer o
pedido à equipe do Departamento de Gestão do Arquivo Público Municipal, que
armazena os documentos importantes para a memória da cidade. A unidade está
ligada à Secretaria de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da
Informação (Smap).
Na
maior parte dos casos, os documentos são separados e enviados em formato
digital ao solicitante, sem ser necessário comparecer presencialmente à sede de
armazenamento e trabalhos técnicos do Arquivo Público, na CIC. A equipe de
cerca de 25 profissionais, além de 12 scanners de alta tecnologia, auxilia na
preservação e digitalização dos registros que datam de até dois séculos atrás.
“Produzir pesquisas fica mais fácil quando se
tem uma instituição com registros organizados, que preserva e difunde esse
conhecimento, e que é receptiva com pesquisadores”, relata a professora de
arquitetura e urbanismo e pesquisadora da UFPR, Elizabeth Amorim.
Ela
utilizou os documentos do Arquivo Público em pesquisas sobre a história da
urbanização de Curitiba, e frequentemente recorre ao acervo para novas
consultas. A possibilidade de receber alvarás de construção, plantas
arquitetônicas e registros de imóveis antigos em formato digital torna a
pesquisa mais rápida.
“O documento digitalizado permite a
reconsulta, então quando preciso das informações para novos trabalhos, já tenho
tudo no meu computador. Isso, por si só, já é um facilitador”, avalia.
MEMÓRIA DE CURITIBA - Para facilitar o acesso a registros
históricos, a equipe do Arquivo Público passará a contar com um grupo de seis
estagiários dos cursos de História e Arquitetura e Urbanismo. A partir dos
próximos meses, eles organizarão as informações e farão o atendimento de
pedidos da população. A expectativa da Smap é possibilitar ainda mais pesquisas
sobre a história do município.
A
estagiária de Arquitetura e Urbanismo Nayara Pereira Marques Alves foi
contratada em fevereiro, e desde então reuniu documentos de construções
históricas de Curitiba cadastradas como Unidades de Interesse de Preservação
(UIPs), dentre elas, as igrejas do Rosário e da Ordem, no São Francisco.
“Trabalhar com a organização desse material
tem sido incrível, porque existe muita informação interessante que ninguém faz
ideia de que se tem registro. Estamos ajudando a preservar a memória de
Curitiba”, relata Nayara.
VALOR INESTIMÁVEL - Além de democratizar o acesso aos
documentos, a digitalização também auxilia na preservação do acervo histórico.
Quando o pesquisador não precisa manusear o registro original, o acervo é
protegido, porque o simples fato de tocar e folhear documentos mais antigos
pode ser suficiente para danificá-los.
O
gerente de Acervo e Pesquisa do Departamento de Arquivo Público, Kelton
Sabatke, reforça que a digitalização não substitui os arquivos originais e que
os documentos importantes continuam armazenados pelo Arquivo Público.
“O valor do documento original, em papel, é
inestimável. Por exemplo: a assinatura digitalizada do Barão do Serro Azul não
é nada perto da assinatura original, cunhada a caneta por ele mesmo em 1891”,
destaca.
Ele
explica ainda que o Arquivo Público faz a gestão de arquivo de todas as
secretarias municipais e que a estrutura recebe novos conteúdos diariamente.
PRESERVAÇÃO - E para preservar todos esses
documentos pelo maior tempo possível, a equipe do Arquivo Público também se
encarrega da recuperação de papéis degradados pelos anos e de seu correto
armazenamento.
Quando
uma nova peça chega ao acervo, ela é direcionada para o setor de conservação,
onde profissionais fazem a planificação do material, a reconstrução de folhas
rasgadas e desfeitas, e retiram elementos de metal, como grampos e espirais,
que enferrujam com o tempo e danificam o papel. As folhas de papel fragmentadas
e rasgadas passam pela reconstituição de uma servidora perita, que cola o
material para recuperar sua forma original.
Depois
de passar pelos setores de conservação e digitalização, o documento é
encaminhado ao depósito, onde ficará armazenado pelo tempo que for necessário.
As
áreas de armazenamento têm as condições de iluminação, umidade, temperatura e
pressão ideais para a preservação do material, que só é manuseado com luvas e
equipamentos de proteção. Todo o depósito também passa por dedetizações
periódicas, e a limpeza do ambiente é feita com produtos específicos.
ORGANIZAÇÃO E
TRANSPARÊNCIA - Além
dos registros históricos, as cerca de 80 mil caixas com documentos do Arquivo
Municipal também armazenam registros do cotidiano da administração pública,
como processos administrativos e requerimentos.
Essas
informações precisam ser guardadas de acordo com a tabela de temporalidade,
respeitando a legislação arquivística brasileira, estadual e municipal, e podem
ser solicitadas por órgãos de fiscalização e controle, a fim de garantir a
transparência e a correta gestão administrativa.
Parte
dos novos documentos, porém, têm tramitado somente em formato virtual, pelo
Sistema Único de Protocolos (SUP), e são armazenados apenas virtualmente. Estes
registros ficam disponíveis para serem consultados diretamente pelo solicitante
por computador, sem ser necessário acionar o Arquivo Municipal.
De
acordo com Kelton, a expectativa é de que nos próximos anos seja inaugurada uma
plataforma similar ao SUP, que permitirá a consulta direta pela população de
todos os documentos históricos digitalizados.
CONTATO - Para buscar documentos históricos, o
cidadão pode entrar em contato com o Departamento de Gestão do Arquivo Público
pelo telefone (41) 3350-8992 ou pelo e-mail arquivopublico@curitiba.pr.gov.br.
O
departamento funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h,
e caso seja necessário comparecer presencialmente à sede do Arquivo Público, é
preciso solicitar agendamento prévio por e-mail.
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