terça-feira, 12 de julho de 2022

Laurentino Gomes lança em Curitiba, livro sobre a escravidão no Brasil

O premiado escritor paranaense Laurentino Gomes virá a Curitiba para lançar o livro “Escravidão - Volume 3: Da Independência do Brasil à Lei Áurea”, participar de uma conversa com o público e autografar a obra.

O evento será realizado nesta quinta-feira (14), às 19h, na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium. A entrada é franca, mas para garantir os autógrafos e fotos é preciso ter o livro - que pode ser adquirido na hora - e retirar uma das 200 senhas que já estão sendo entregues no local.

TRABALHO E RECONHECIMENTO - Em um texto impactante, ricamente ilustrado com imagens e gráficos e fruto de 6 anos de pesquisas - que incluíram viagens por 12 países (Cabo Verde, Senegal, Angola, Marrocos, Gana, Benim, Moçambique, África do Sul, Colômbia, Estados Unidos, Inglaterra e Portugal) e 3 continentes (África, América e Europa) - o livro é o último volume da trilogia “Escravidão”.

Dedicado ao século XIX, o enredo aborda a Independência, o Primeiro e o Segundo Reinados; o movimento abolicionista, que resultou na Lei Áurea de 13 de maio de 1888; e ao legado da escravidão, que ainda hoje emperra a caminhada dos brasileiros em direção ao futuro.

Laurentino Gomes é titular da Academia Paranaense de Letras e ganhou sete vezes o Prêmio Jabuti de Literatura - o mais importante do Brasil - com os livros “1808”, “1822”, “1889” e “Escravidão”.

 

TEMÁTICA - Na tarde em que o príncipe dom Pedro chegou às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, o Brasil estava empanturrado de escravidão. Comprar e vender gente era o maior negócio do novo país independente.

Homens e mulheres escravizados perfaziam mais de um terço do total de habitantes, estimado em 4,7 milhões de pessoas. Outro terço era composto por negros forros e mestiços de origem africana – uma população pobre, analfabeta e carente de tudo, dominada pela minoria branca. Os indígenas, já dizimados por guerras, doenças e invasão de seus territórios, sequer apareciam nas estatísticas.

Na definição de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, a escravidão era "um cancro que contaminava e roía as entranhas da sociedade brasileira".

PÉSSIMA HERANÇA - Disseminado por todo o território, o escravismo perpassava todas as atividades e classes sociais. Maior território escravista da América em 1822, o Brasil assim se manteria até o final do século XIX, com sua rotina pautada pelo chicote e pela violência contra homens e mulheres escravizados.

Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente”, fala o escritor.

Ao mesmo tempo, Laurentino salienta que o fim da escravidão no Brasil só aconteceu porque não havia mais como sustentá-la, mas passou longe de ser um plano focado nas pessoas e na condição social.

O Brasil não conseguiu ter um projeto nacional para incorporar sua população afrodescendente na sociedade, na condição de cidadã; não distribuiu riquezas, não alfabetizou e o resultado é o que vemos hoje. Desigualdade social no Brasil é sinônimo da herança da escravidão”, completa o escritor.

SOBRE O AUTOR - Paranaense de Maringá e sete vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor de “1808”, obra sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); “1822”, sobre a Independência do Brasil; e “1889”, sobre a Proclamação da República; além de “O Caminho do Peregrino, em coautoria com Osmar Ludovico da Silva - todos publicados pela Editora Globo Livros.

Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira de número 18 da Academia Paranaense de Letras.

A Livrarias Curitiba do Shopping Palladium está situada na Av. Pres. Kennedy, 4121, Portão. Mais informações: 41-3330-6777.

Nenhum comentário:

Postar um comentário