O
Museu Oscar Niemeyer (MON) abriu
para o público a exposição “África, Expressões Artísticas de um Continente”,
que reúne parte das peças doadas ao MON pela Coleção Ivani e Jorge Yunes
(CIJY). A mostra está instalada na Sala 4 e pode ser visitada de terça-feira a
domingo, das 10h às 18h.
Aproximadamente
1.700 obras de uma das mais importantes e significativas coleções de objetos de
arte africana do século 20 passaram a pertencer ao acervo do Museu Oscar
Niemeyer e, consequentemente, ao Estado do Paraná. Elas foram adquiridas ao
longo de mais de 50 anos pelo casal Ivani e Jorge Yunes, detentores de uma das
maiores coleções de arte do Brasil.
O
vice-governador Darci Piana participou da abertura da exposição e destacou a
importância da cultura africana no contexto mundial. “É uma alegria muito grande para o Estado do Paraná e o Museu Oscar
Niemeyer receber uma coleção com 1.700 peças que representam o continente africano”,
afirmou.
A
coleção, apresentada pela Copel, é formada por máscaras, esculturas, bustos e
cabeças de bronze, miniaturas metálicas, objetos do cotidiano e instrumentos
musicais. As obras têm origem em países como Costa do Marfim, Mali, Nigéria, Camarões,
Gabão, Angola, República Democrática do Congo e Moçambique, entre outros.
A
superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, destacou a
incorporação de mais um volume importante de obras ao acervo do MON.
“Quando vi a coleção na reserva técnica senti
muita emoção, e será esse o sentimento do público quando tiver o contato com
essas obras. É um acervo fundamental ao museu, que já tem uma coleção de arte
asiática que está entre as maiores do mundo”, afirmou. “Nada mais justo que o maior museu da América
Latina ter um acervo dessa qualidade”.
MOSTRA AFRICANA – Ivani Yunes conta que o acervo foi
formado ao longo de cinco décadas, fruto de viagens feitas pelo casal ao
continente e de aquisições feitas posteriormente. A ideia original da família
era montar um museu de arte africana, mas com a morte de Jorge Yunes a proposta
foi adiada, até a família resolver fazer a doação ao MON.
“Vivíamos para comprar e estudar arte. Temos
muitos livros sobre a África e os povos africanos, respeitamos e gostamos muito
do continente. É uma emoção muito grande esse acervo estar aqui, porque vai ser
visto, admirado e estudado por muitas pessoas”, disse. “Cada uma dessas peças têm uma história, e é
importante levar esse conhecimento ao público. Nossa intenção era que as
pessoas pudessem ver isso tudo”.
100 ANOS – Segundo o curador da exposição,
Renato Araújo da Silva, a mostra é formada por cerca de 400 peças, um terço do
acervo total doado. Os objetos têm cerca de 100 anos e estão intimamente
ligados à religiosidade, à natureza e à representação da fertilidade observada
pelo povo africano.
“No contexto africano, essas peças eram
objetos utilizados no dia a dia, uma maneira de fazer a interseção entre o
mundo social e o mundo natural. Cada máscara, cada estatueta, eram de mostrar
esse diálogo com a natureza”, explicou.
Ele
destacou a importância de trazer a público esse acervo. “Esta será a primeira exposição permanente de arte africana no Sul do
País e vai estimular estudos acadêmicos e o acesso de estudantes de escolas
públicas a esse acervo, que não é importante apenas do ponto de vista
artístico, como também histórico e em outras áreas do saber”, disse.
Renato
Araújo da Silva é formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e
coautor, entre outros trabalhos publicados, do livro “África em Artes”. Curador
e pesquisador, atuou no Museu Afro e realizou outras exposições em museus, como
o de Arte Sacra de São Paulo.
ACERVO – Em 2018, o MON foi o museu
escolhido por suas condições técnicas, capacidade de gestão e credibilidade da
instituição a receber uma doação de quase 3 mil obras de arte asiática. Doadas
pelo diplomata e professor Fausto Godoy e oriundas de vários países daquele
continente, parte das obras pode ser vista pelo visitante do MON na mostra
“Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses”, na Sala 5.
A
diretora do museu, Juliana Vosnika, afirmou que a ideia é abrir novas
exposições com as obras doadas e também fazer mostras itinerantes pelo Paraná.
“O MON é o maior museu de arte da América
Latina e o grande desafio é manter um acervo vivo e mantê-lo disponível para o
público”, disse.
AMÉRICA LATINA – Maior museu de arte da América
Latina em área construída, com 35 mil metros quadrados, o MON triplicou o seu
acervo nos últimos anos. Desde que foi inaugurado, em 2002, e até 2015, o MON
contava com cerca de 3 mil obras. Atualmente, possui mais de 9.300 obras em seu
acervo.
“Essa coleção veio para somar porque o museu
incrementou seu acervo para além da arte paranaense, brasileira e eurocêntrica,
mas também africana, asiática e latino-americana. Essa doação consolida esse
processo”, salientou Juliana.
As
obras estão abrigadas em um espaço de 17 mil metros quadrados de área para
exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.
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