terça-feira, 3 de maio de 2022

MON apresenta exposição “Pintura e Matéria”, do artista contemporâneo Rodrigo Andrade

O Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta a exposição “Rodrigo Andrade – Pintura e Matéria”, na Sala 2. São 46 obras, pela primeira vez em Curitiba, num significativo recorte da trajetória singular do artista, um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira.

A exposição de Rodrigo Andrade é realizada pelo Museu Oscar Niemeyer no ano em que a instituição comemora duas décadas”, destaca a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika. “É impossível não se surpreender com a extrema variedade do legado destes quase 40 anos de trajetória, representada aqui em dezenas de obras, algumas em grandes formatos, num conjunto que transmite inquietude e prazer visual”.

A superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, lembra da variedade e da diversidade da arte disponível no MON, o que torna o museu uma referência mundial. “Com a abertura dessa nova exposição, o MON agrega ainda mais envergadura na curadoria de expoentes contemporâneos em suas salas. Tenho certeza que o público vai gostar muito da potência do trabalho de Rodrigo Andrade”, diz.

A curadora da mostra, Taisa Palhares, conta que o artista começou sua carreira no final da década de 1970, expondo gravuras em uma coletiva de alunos do ateliê do artista Sérgio Fingermann, que passou a frequentar em 1977. “Entretanto, é na década seguinte, já integrante do importante coletivo ‘Casa 7’, que seu trabalho ganha visibilidade”, informa.

TRAJETÓRIA – Nos anos 1990, Rodrigo Andrade passou a fazer pinturas com massas concentradas de cor em formas que sinalizam uma passagem da figuração para a abstração. Essas pinturas, subtituladas “Goeldianas”, remetem aos espaços densos do grande gravurista brasileiro e seus contrastes marcados de luz e opacidade. Também apontam a tendência do artista em trabalhar os limites entre figuração e abstração, o que marcaria sua trajetória até hoje.

Um núcleo importante da exposição reúne as telas “abstratas” dos anos 2000, em que Andrade busca a redução da pintura a um certo grau zero: formas geométricas feitas de massas de tinta que são diretamente aplicadas sobre a tela. Esses blocos de cor sobre fundo branco trazem à tona a ideia de composição como um jogo relacional entre as cores e o espaço (da tela e do espectador).

Por fim, numa terceira etapa, Andrade restitui a figuração por meio da utilização de imagens fotográficas a partir da série “Matéria Noturna”, realizada para a 29ª Bienal de São Paulo. Prevalece a materialidade assertiva das pinturas anteriores, mas com o intuito de friccionar a noção de representação. São paisagens que remetem também a locais vazios, mas ao mesmo tempo densos de sentido. Como se o artista desejasse transformar a aparência plana e descarnada do mundo das imagens em uma matéria latente de significados prontos a extravasar a tela, como na grande pintura “A Chegada do Tsunami”.

A exposição termina com seus quadros mais recentes, nos quais Andrade intensifica as relações entre cor, matéria e imagem, movendo-se com certa fluidez pelos elementos de sua pintura, mas sem deixar de tensionar seus limites.

SOBRE O MON – O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. O acervo conta com mais de 14 mil peças, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, sendo 17 mil deles de área para exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Os principais patrocinadores da instituição, empresas que acreditam no papel transformador da arte e da cultura, são: Copel, Sanepar, Grupo Volvo América Latina, Vivo, Grupo Focus e Moinho Anaconda.

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