O
Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta
a exposição “Rodrigo Andrade – Pintura e Matéria”, na Sala 2. São 46 obras,
pela primeira vez em Curitiba, num significativo recorte da trajetória singular
do artista, um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira.
“A exposição de Rodrigo Andrade é realizada
pelo Museu Oscar Niemeyer no ano em que a instituição comemora duas décadas”,
destaca a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika. “É impossível não se surpreender com a
extrema variedade do legado destes quase 40 anos de trajetória, representada
aqui em dezenas de obras, algumas em grandes formatos, num conjunto que
transmite inquietude e prazer visual”.
A
superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, lembra da
variedade e da diversidade da arte disponível no MON, o que torna o museu uma
referência mundial. “Com a abertura dessa
nova exposição, o MON agrega ainda mais envergadura na curadoria de expoentes
contemporâneos em suas salas. Tenho certeza que o público vai gostar muito da
potência do trabalho de Rodrigo Andrade”, diz.
A
curadora da mostra, Taisa Palhares, conta que o artista começou sua carreira no
final da década de 1970, expondo gravuras em uma coletiva de alunos do ateliê
do artista Sérgio Fingermann, que passou a frequentar em 1977. “Entretanto, é na década seguinte, já
integrante do importante coletivo ‘Casa 7’, que seu trabalho ganha visibilidade”,
informa.
TRAJETÓRIA – Nos anos 1990, Rodrigo Andrade
passou a fazer pinturas com massas concentradas de cor em formas que sinalizam
uma passagem da figuração para a abstração. Essas pinturas, subtituladas
“Goeldianas”, remetem aos espaços densos do grande gravurista brasileiro e seus
contrastes marcados de luz e opacidade. Também apontam a tendência do artista
em trabalhar os limites entre figuração e abstração, o que marcaria sua
trajetória até hoje.
Um
núcleo importante da exposição reúne as telas “abstratas” dos anos 2000, em que
Andrade busca a redução da pintura a um certo grau zero: formas geométricas
feitas de massas de tinta que são diretamente aplicadas sobre a tela. Esses
blocos de cor sobre fundo branco trazem à tona a ideia de composição como um
jogo relacional entre as cores e o espaço (da tela e do espectador).
Por
fim, numa terceira etapa, Andrade restitui a figuração por meio da utilização
de imagens fotográficas a partir da série “Matéria Noturna”, realizada para a
29ª Bienal de São Paulo. Prevalece a materialidade assertiva das pinturas
anteriores, mas com o intuito de friccionar a noção de representação. São
paisagens que remetem também a locais vazios, mas ao mesmo tempo densos de
sentido. Como se o artista desejasse transformar a aparência plana e descarnada
do mundo das imagens em uma matéria latente de significados prontos a
extravasar a tela, como na grande pintura “A Chegada do Tsunami”.
A
exposição termina com seus quadros mais recentes, nos quais Andrade intensifica
as relações entre cor, matéria e imagem, movendo-se com certa fluidez pelos
elementos de sua pintura, mas sem deixar de tensionar seus limites.
SOBRE O MON – O Museu Oscar Niemeyer (MON) é
patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Comunicação Social e da
Cultura do Paraná. A instituição abriga referenciais importantes da produção
artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e
design, além de grandiosas coleções asiática e africana. O acervo conta com
mais de 14 mil peças, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados
de área construída, sendo 17 mil deles de área para exposições, o que torna o
MON o maior museu de arte da América Latina.
Os
principais patrocinadores da instituição, empresas que acreditam no papel
transformador da arte e da cultura, são: Copel, Sanepar, Grupo Volvo América
Latina, Vivo, Grupo Focus e Moinho Anaconda.
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