O
espetáculo “A Última Sessão de Freud”, montagem dirigida por Elias Andreato
para o texto do premiado autor americano Mark St. Germain, ganha curta
temporada no Teatro Guairinha nos dias 19, 20 e 21 de agosto.
A
trama apresenta um encontro fictício entre Sigmund Freud (Odilon Wagner) o pai
da psicanálise, e o escritor, poeta e crítico literário C.S.Lewis (Claudio
Fontana), dois intelectuais que influenciaram o pensamento científico
filosófico da sociedade do século 20.
Durante
esse diálogo, Sigmund Freud, crítico implacável da crença religiosa, e C.S.
Lewis, renomado professor de Oxford, crítico literário, ex-ateu e influente
defensor da fé baseada na razão, debatem, de forma apaixonada, o dilema entre
ateísmo e crença em Deus. O texto de Mark St. Germain é baseado no livro “Deus em
Questão”, escrito pelo Dr. Armand M.Nicholi Jr. - professor clínico de
psiquiatria da Harvard Medical School. Freud quer entender porque um ex-ateu,
um brilhante intelectual como C.S. Lewis, pode, segundo suas palavras,
“abandonar a verdade por uma mentira insidiosa” - tornando-se um cristão
convicto.
No
gabinete de Freud, na Inglaterra, eles conversam sobre a existência de Deus,
mas o embate verbal se expande por assuntos como o sentido da vida, natureza
humana, sexo, morte e as relações humanas, resultando em um espetáculo que se
conecta profundamente com o espectador através de ferramentas como o humor, a
sagacidade e o resgate da escuta como ponto de partida para uma boa conversa. O
sarcasmo e ironia rondam toda essa discussão. As ideias contundentes ali
propostas nos confundem, por mais ateus ou crentes que sejamos.
O
cenário assinado por Fábio Namatame reproduz o consultório onde Freud
desenvolvia sua psicanálise e seus estudos. Ele estava exilado na Inglaterra
depois de ter fugido da perseguição nazista na Áustria, em plena segunda guerra
mundial, no ano de 1939.
Em
uma entrevista sobre o espetáculo, o autor comenta: “A peça mostra um embate de ideias. Isso é uma armadilha, e eu não
queria que o espetáculo se transformasse em um debate. Por isso, pelo bem da
ação dramática, situei o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a
Inglaterra ingressou na Segunda Guerra Mundial. Então, são dois homens no
limite, sabendo que Hitler poderia bombardear Londres a qualquer minuto”.
O
diretor Elias Andreato optou por uma encenação que valorize a palavra,
construindo as cenas de modo que o texto seja o protagonista e as ideias
estejam à frente de qualquer linguagem.
“O Teatro é uma forma de arte onde os atores
apresentam uma determinada história que desperta na plateia sentimentos
variados. É isso o que me interessa: despertar sentimentos e acreditar na força
de se contar uma história. É muito prazeroso brincar de ser outro e viver a
vida dessa pessoa em um cenário realista, com figurino de época, jogando com
ficção e realidade. Isso é a realização para qualquer artista de teatro. E é
assim que defino essa experiência de me debruçar sobre a obra teatral de Mark
St. Germain: ‘A Última Sessão de Freud’. Depois de 25 anos de sessões de
psicanálise, talvez seja necessário me deixar conduzir, cada vez mais, pela
paixão que tenho por meu ofício: o Teatro. A minha profissão de fé. E crer: a
arte sempre nos salva de todos os perigos”, comenta o diretor.
Para
Odilon Wagner a experiência de interpretar Freud é fascinante: “Para um ator ter a oportunidade de
representar um personagem tão intenso e profundo, que fez parte de nossa
história recente, é um privilégio. A construção desse personagem me fez vibrar
desde a primeira leitura, foram meses estudando sua vida e personalidade, para
tentar trazer um recorte mais fiel possível do último ano de vida desse grande
gênio do século 20”, revela.
Indicada para maiores de
14 anos, “A Última Sessão de Freud” tem encenações na sexta e sábado, às 20h;
domingo, 19h. Mais informações: 3315-0808 / www.diskingressos.com.br
ou www.teatroguaira.pr.gov.br
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