Nesta
quarta-feira (10), às 18h30, será realizada na Biblioteca Pública do Paraná uma
homenagem ao jornalista, escritor, poeta e editor paranaense Fábio Campana
(1947-2021). “O evento acontece no hall
da Biblioteca, pois os livros eram o assunto favorito de Campana”, explica
a jornalista Isabela França que, com o escritor e jornalista Marcio Renato dos
Santos, organiza o evento aberto ao público.
Autor
de dez livros publicados, incluindo romances (O guardador de fantasmas, O
último dia de Cabeza de Vaca e Ai), contos (Todo sangue), crônica (A árvore de
Isaías) e poemas (Paraíso em chamas, As coisas simples e outros títulos),
Campana fundou e dirigiu a Travessa dos Editores.
Criou
e coordenou as revistas Etcetera e Ideias – esta circulou de 2003 a 2021 com
espaço para jornalismo, ensaios, fotografia, poesia e ficção. Ao todo, editou
120 títulos, entre livros e periódicos. A sua atuação na Travessa, como a
editora era carinhosamente chamada e conhecida, teve grande importância na cena
literária do Paraná e do Brasil, uma vez que o selo editorial colocou em
circulação obras de Décio Pignatari, Joel Silveira, Jamil Snege, Paulo
Leminski, Douglas Diegues e Nelson de Oliveira, entre outros nomes consagrados,
além de traduções, como Marina, da poeta russa Marina Tsvietáieva. Como editor,
Campana ainda proporcionou a estreia e o posterior desenvolvimento de percursos
na literatura e na poesia para dezenas de jovens autoras e autores.
A
data, 10 de agosto, coincide com o aniversário de Campana, nascido em 1942, em
Foz do Iguaçu. Muito cedo, fixou residência em Curitiba, onde filiou-se ao
Partido Comunista, a partir de 1960, e mais tarde ao PC do B, até 1981.
Embora
parte de sua obra perpasse o universo da política – especialmente no tocante às
duas ocasiões em que foi preso, em 1966 e 1970 – a sua escrita em prosa e a sua
poesia tratam de assuntos diversos e universais, e são caracterizadas por uma
linguagem burilada, fruto de uma extrema sensibilidade que traduz o seu
profundo interesse pela alma humana, por filosofia, história, teatro, cinema e
música.
Jornalista
e publicitário, atuou como secretário da Comunicação Social da Prefeitura de
Curitiba e do Estado do Paraná, trabalhou em agências e no marketing político e
foi colunista político em diversos jornais, além de publicar um blog com seu
nome.
Fábio
Campana morreu em 29 de maio de 2021 por complicações da Covid-19.
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