Em
sua passagem por Curitiba a partir desta sexta-feira (11), a mostra itinerante
A Cinemateca é Brasileira ganha uma atração especial: uma exposição de cartazes
criados por artistas da cidade apresentando suas versões para cada um dos 17
filmes da mostra.
A
exposição “A Cinemateca é Brasileira por Ilustradores de Curitiba” poderá ser
vista na Cinemateca de Curitiba durante o período de exibição dos filmes (todos
os fins de semana entre 11 e 27 de agosto).
A
ação exclusiva, organizada pela Gibiteca de Curitiba, conta com a participação
dos seguintes quadrinistas e ilustradores: André Caliman, Ana Clara dos Santos,
Ana Clara Viana, Antônio Eden, Brenda Bossato, Celina Pacheco, Francis Ortolan,
Fulvio Pacheco, Ivan Soria, João Ferreira, João Possari, José Aguiar, Maira
Pires, Marcelo Bitencourt, Marcelo Lopes, Marcia Széliga, Raphaela Corsi e
Simon Taylor.
A
mostra da Cinemateca é uma seleção dos melhores filmes brasileiros,
considerando diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens
temáticas. “Os ilustradores abraçaram o
desafio de reinterpretar os clássicos do cinema nacional, usando em suas
criações desde o bico de pena até o desenho digital”, conta o coordenador
da Gibiteca, Fulvio Pacheco.
PEGADA DE HUMOR - Para a missão, o desenhista Simon
Taylor escolheu o filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles (2002). “É um dos melhores filmes nacionais, muito
bem feito em todos os sentidos. Tem um roteiro fantástico, foi muito inovador
na época em que foi lançado e continua excelente”, elogia o ilustrador.
Ele
conta que, para pensar numa proposta de cartaz, assistiu ao filme novamente. “Todos os personagens são muito carismáticos,
mas foquei dois principais, o Zé Pequeno e o Buscapé, aplicando uma pegada de
humor. Coloquei os dois frente a frente, remetendo a uma pose comum nos
cartazes hollywoodianos, e cada um com sua arma. Zé Pequeno com uma arma
tradicional e Buscapé com sua máquina fotográfica. A fotografia foi o meio que
ele encontrou para sair daquela vida”, descreve Simon.
Simon
Taylor gostou de participar da iniciativa. “Vibrei
quando apareceu essa oportunidade. Adoro participar de algo divertido, que foge
do dia a dia, ainda mais quando temos total liberdade para criar”, afirmou.
OBRAS DE ARTE - O processo de criação foi parecido
com o da ilustradora Márcia Széliga, que ilustrou o cartaz do filme “Cinco
Vezes Favela”, considerado um dos marcos iniciais do Cinema Novo. O filme é uma
coletânea de cinco histórias curtas, de diferentes diretores: Marco Farias,
Carlos Diegues, Miguel Borges, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman.
“Assisti ao filme e peguei alguns detalhes
das histórias. Utilizei um traço solto, montei as imagens dos barracos no
formato do número 5, de forma meio desequilibrada, e usei a cor para remeter ao
colorido das favelas. Nos detalhes, um cara marcado para morrer (com um
x)", explica Márcia.
Para
a ilustradora, iniciativas como a dessa exposição são um estímulo para os
artistas e, no seu caso, lhe fez lembrar da produção de cartazes na Polônia,
onde viveu por dois anos. “Lá eles não
utilizam os cartazes comerciais dos filmes. Para todas as produções, inclusive
estrangeiras, eles costumam criar suas próprias versões. Os cartazes poloneses
são famosos por causa disso, são verdadeiras obras de arte, inclusive existe
uma galeria onde são colocados à venda”, conta Márcia.
Quais são os filmes e os
seus ilustradores:
São
Paulo: a sinfonia da metrópole – Marcelo Bittencourt
Limite
– Antonio Eder
Carnaval
Atlântida – Celina Pacheco
O
Cangaceiro – Ivan Soria
Jeca
Tatu – Ana Clara Santos
Cinco
Vezes Favela – Márcia Szeliga
O
Pagador de Promessas – André Caliman
Deus
e o Diabo na Terra do Sol - Raphaela Corsi
À
meia-noite levarei sua alma – José Aguiar
O
bandido da luz vermelha – João Possari
Macunaíma
– Brenda Bossato
Dona
Flor e os seus Dois Maridos – Francis Ortolan
Ilha
das Flores – Clara Viana
Cabra
Marcado para Morrer – João Ferreira
Central
do Brasil – Maíra Pires de Castro e Marcelo Lopes
Cidade
de Deus – Simon Taylor
Bacurau
– Fulvio Pacheco
A Cinemateca de Curitiba
está situada na R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174, São Francisco, e pode ser
visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, e também nos
horários de exibição de filmes. A entrada é gratuita.
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