A programação preparada pela Camerata Antiqua de Curitiba para este ano conta com o patrocínio da Volvo e inicia em grande estilo com a presença de Marlui Miranda, reconhecida por interpretar, difundir e valorizar a cultura indígena do Brasil. Nascida em Fortaleza (CE), em 1949, a compositora lançou a Missa Kewere em 1997, em homenagem ao quarto centenário de morte do jesuíta José de Anchieta. Na obra, Marlui une os cantos dos índios Aruá e Tupari, de Rondônia, e dos Urubu-Kaapor, do Maranhão, à poesia de Anchieta. “A Missa Kewere assume os ingredientes culturais dos índios amazônicos brasileiros, distantes de uma tradição musical erudita”, destaca a compositora.
A trama da composição possui uma base litúrgica cristã que é incendiada pela força dos cânticos indígenas carregados de misticismo. Esse duelo equilibrado entre o céu e a terra ganha novas nuanças na interpretação da Camerata. É na estrutura de fragilidades e questionamentos desta peça musical que pousam os versos de José de Anchieta, lado a lado com as vozes indígenas, os sons orquestrais e as vozes da Camerata de Curitiba reverberando, num mesmo tecido sonoro, passado e presente, em pensamentos religiosos tão opostos.
A temporada – Em 2011, a Camerata Antiqua de Curitiba proporciona uma série de 37 concertos, que contempla a música erudita de vários países, levando ao público grandes obras vocais e instrumentais. Na programação constam peças de importantes compositores, entre eles Mozart, Brahms, Handel, Beethoven, Verdi, Tchaikovsky, Vivaldi, Bach, enriquecidas com a presença de renomados solistas e regentes convidados.
A nova temporada da Camerata Antiqua é encarada como um desafio pelo maestro Wagner Polistchuk, que desde 2009 responde pela direção artística do grupo: “Continua fundamental a preocupação com a qualidade da programação, com obras, compositores, solistas e regentes nacionais e internacionais que atraiam a atenção de nossa plateia durante o ano todo”.
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