quinta-feira, 26 de março de 2020

Quarentena leva enxadristas para o computador e amplia possibilidades de participação


Em vez de suspender as atividades do Clube de Xadrez Erbo Stenzel, da Fundação Cultural de Curitiba, os cuidados em torno do novo coronavírus estão fazendo com que torneios e campeonatos do esporte migrem para as telas de computador. É assim desde a última quinta-feira (19), quando foi aberta a Copa de Xadrez On-line Alexandre Direne - a alternativa digital para os campeonatos presenciais que, por ora, não podem acontecer. O nome do campeonato homenageia o especialista em Sistemas Tutores Inteligentes e divulgador do xadrez on-line.
Só nesta segunda-feira (23), 28 pessoas se conectaram ao site onde acontecem as partidas diárias, sempre à noite, e deram andamento à terceira etapa da competição.
A receptividade é tanta que ela deve se manter mesmo depois que os jogos presenciais forem retomados”, avalia o engenheiro mecânico e consultor em inovação industrial Rafael Lopes. Antigo frequentador do Clube, ele também é o organizador da nova Copa e idealizador da competição.

ANTIGO PONTO DE ENCONTRO - A criação do ambiente virtual veio para reunir os cerca de 600 enxadristas de todas as idades do clube, forçados a se manter longe dos dez tabuleiros disponíveis no local por tempo indeterminado. Em períodos normais, eles vão até o local para disputar dois eventos: a Copa Grande Mestre Jaime Sunye (às quintas e sextas-feiras, das 19h às 20h) e a Copa Erbo Stenzel (aos domingos, das 11h às 12h).
Há mais de 30 anos, o espaço funciona na Galeria Júlio Moreira, no Centro Histórico. Por sugestão do artista plástico Jair Mendes, o local homenageia Stenzel - mais conhecido como escultor mas que também era enxadrista. Em 1959, ele sagrou-se campeão paranaense absoluto do esporte. 

POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO - A nova plataforma, diz o coordenador do Clube, Wilson da Silva, só aumenta as qualidades inclusivas do esporte. “Se presencialmente já misturávamos pessoas de idades, gêneros e características especiais, agora podemos agregar jogadores sem limite de participações e de outros lugares do Brasil e do mundo”, compara o gestor, que é pedagogo, mestre e pós-doutor no campo que relaciona xadrez e desenvolvimento cognitivo.
Sem essa possibilidade tecnológica, dificilmente os participantes do Clube Erbo Stenzel teriam a oportunidade de disputar partidas com enxadristas renomados. É o caso do mestre nacional Álvaro Almeida e do mestre internacional Nathan Filgueiras, catarinense de apenas 16 anos que se conectou ao Clube no começo desta semana e venceu o torneio.

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