De 14 a 28 de agosto, o Itaú Cultural exibe em seu site www.itaucultural.org.br, um ciclo de filmes com um recorte da obra do premiado cineasta Eryk Rocha. A mostra mergulha na mentalidade do cinema brasileiro, a partir de histórias que se aproximam da realidade das pessoas. Alguns dos temas seguem pela cultura popular nas comunidades cariocas, a realidade de jovens que convivem em situação de vulnerabilidade e violência, casos de reviravoltas e a relação entre mães e filhos. No total, são cinco produções – três longas-metragens e dois curtas-metragens – premiadas em importantes festivais nacionais e internacionais. Além delas, também entra em exibição um bate-papo descontraído entre o diretor homenageado e o igualmente cineasta Adirley Queirós.
Premiado no Festival de Brasília, em 2010, e no Festival Internacional de Guadalajara do México, em 2012, além de fazer parte do acervo permanente do MoMA de Nova York e ser lançado pelo Museu de Dusseldorf, em 12 cidades da Alemanha, o longa-metragem Transeunte conta a história de Expedito, um senhor aposentado que perdeu os laços com a vida. Entre outros anônimos, o homem caminha diariamente pelo centro da cidade do Rio de Janeiro. Tendo abandonado, muitos anos antes, o papel de protagonista de sua história, ele se tornou uma espécie de figurante, que testemunha os conflitos alheios por meio das conversas que escuta pela rua. Passo a passo, no entanto, entre as reviravoltas que a vida dá, Expedito começa a aceitar pequenos convites cotidianos para recomeçar sua vida.
“Cinema Novo”, documentário vencedor do Troféu Olho de Ouro, do Festival de Cannes, em 2016, é um ensaio poético que investiga um dos principais movimentos cinematográficos latino-americanos, por meio do pensamento e de fragmentos de filmes dos seus principais autores. A obra mergulha na geração de cineastas que inventaram, no início da década de 1960, uma nova forma de fazer cinema no Brasil – a partir de uma atitude política, que unia arte e revolução e tinha como desejo um cinema que tomasse as ruas e fosse ao encontro do povo brasileiro.
No terceiro longa-metragem desta mostra e mais um documentário, “Campo de Jogo” narra a história em torno de um campo popular no bairro carioca de Sampaio, perto do mítico estádio Maracanã, palco da grande final da Copa do Mundo de 2014. Neste lugar acontece o futebol de raiz, como expressão genuína da cultura brasileira. Disputado aos domingos, o campeonato anual de favelas reúne 14 times, onde cada um deles representa as cores e os rituais das suas comunidades. A final do campeonato é disputada pelas equipes Geração X Juventude.
O curta-metragem “La Rueda” dialoga com as memórias e pulsões mais longínquas da infância e nas tramas de afetos entre mães e filhos. Durante a noite cotidiana de Pucallpa, cidade situada na Amazônia Peruana, muitas cores, ruídos e luzes se projetam, onde famílias transportam os filhos para um parque de diversão. A partir de medos, fantasias, alegrias e vertigens, se inicia um novo mundo de sensações.
Premiado no Festival de Guadalajara, no Bafici - Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires e no Festival de Málaga, o curta “Igor” é baseado na história de um jovem, aspirante a ator e capoeirista com muito potencial e energia. A questão é que ele não tem motivação para permanecer na escola, imerso na realidade de abandono no Morro dos Prazeres, a comunidade onde ele vive no Rio de Janeiro. A obra compõe o longa-metragem “El Aula Vacía”, uma produção de Gael García Bernal na qual diretores latino-americanos retratam, em 11 curtas-metragens, o impacto da evasão escolar na América do hemisfério sul. Trata-se de um caleidoscópio de histórias sobre pobreza, violência, incompreensão, desajuste geracional, a força da natureza e os fatores que privam adolescentes de seu direito de estudar.
DEBATE ENTRE CINEASTAS - Além dos cinco filmes desta mostra, fica disponível para o público um vídeo-debate com o diretor homenageado Eryk Rocha e o cineasta convidado Adirley Queirós. Em um bate-papo descontraído, a dupla fala sobre as obras apresentadas, os prêmios conquistados dentro e fora do Brasil e a maneira como Rocha enxerga o cinema no Brasil.
ERYK ROCHA - Cineasta formado em 2002 na escola de cinema de Los Baños, Cuba, onde dirigiu seu primeiro longa-metragem: “Rocha que Voa”. O filme foi selecionado em Veneza, Rotterdam e em outros festivais, ganhando o prêmio de Melhor Filme no Brasil, Argentina e em Cuba. Os próximos trabalhos também coletaram presença prestigiosa em eventos nacionais e internacionais, tais como Cannes, Sundance, Nova Iorque, Montevidéu, Guadalajara, Buenos Aires, Marseille e Amsterdam. “Cinema Novo” (2016), seu sétimo longa, recebeu o L’Oeil d’Or de Melhor Documentário no Festival de Cannes.
ADIRLEY QUEIRÓS - Diretor de cinema e roteirista, com
atuação cultural constante, foi curador de mostras de cinema, atuou como jurado
de festivais e idealizador de encontros para formação na área de cinema. Em
2010, foi o diretor, roteirista e produtor executivo do premiado documentário “A
Cidade é uma só?”, premiado em festivais no Brasil, inclusive a Mostra de
Cinema de Tiradentes. A obra do diretor também passou por de alguns festivais
internacionais, dentre eles o Word Cinema Amsterdam, Brazilian Hollywood
Festival - Los Angeles e o BAFICI – Argentina.
SERVIÇO:
CURTAS-METRAGENS
La Rueda (2012)
De Eryk Rocha
Duração:
10 minutos
Classificação
Indicativa: Livre
Igor (2013)
De
Eryk Rocha
Duração:
15 minutos
Classificação
indicativa: Livre
LONGAS-METRAGENS
Transeunte
(2010)
De
Eryk Rocha
Duração:
125 minutos
Classificação
Indicativa: 14 anos
Campo
de Jogo (2015)
De
Eryk Rocha
Duração:
72 minutos
Classificação
Indicativa: 12 anos
Cinema
Novo (2016)
De
Eryk Rocha
Duração:
90 minutos
Classificação
Indicativa: 12 anos
ITAÚ CULTURAL
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